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Coluna 01 e 04/03/24

Com quem fica o Republicanos no Piauí: Jeová, Dr, Pessoa ou Jadyel Alencar? A resposta (do dia)!

“As táticas fluem de uma boa posição”, já dizia o grande mestre de xadrez Bobby Fischer. Não adianta ter a melhor estratégia dentro da sua cabeça, se sua posição não corresponde. E qual é a posição do Republicanos no jogo eleitoral de Teresina? Fica com o deputado federal Jadyel Alencar (no PV até ontem) ou com o deputado filiado, Jeová Alencar? Ou ainda com o prefeito Dr.Pessoa? É possível um partido ser de três pessoas ao mesmo tempo? As versões são muitas e conflitantes e circulam de acordo com o vento (ou seja, para todos os lados). O leitor que prefere os fatos, junte-se à colunista:

  1. SEGURANÇA JURÍDICA É A PALAVRA: Por segurança jurídica (grifo da coluna), o deputado federal Jadyel Alencar (PV) ainda não entrou com o pedido de filiação ao Republicanos. Como o leitor sabe, um mandato de deputado federal é difícil de conseguir e uma saída sem todas as minúcias observadas, é um risco desnecessário. O advogado de Jadyel, por sinal, é o mesmo de Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos. Sem mais detalhes, adequações estão sendo feitas para concretizar o pedido ao TSE ainda essa semana em Brasília – esse é o plano de Jadyel. A conferir.

 

  1. A CONVERSA DA SEMANA PASSADA: Jadyel Alencar, segundo constam fontes próximas ao deputado, teve uma esclarecedora conversa em Brasília, na semana passada, com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira. Ficou acertado que, quando ele se desfiliar do PV, irá para o Republicanos, onde assumirá o cargo de presidente estadual. Sim, o cargo que hoje está com o deputado e pré-candidato a prefeito de Teresina, Jeová Alencar. Na política, deputado federal está acima de estadual, pois é o voto do federal que conta nas composições de recursos, tempo de TV e força com o Palácio do Planalto. Tudo depende da filiação de Jadyel, o que não é coisa de se resolver em 24h - daí a indefinição.

 

  1. COMANDA, TIRANDO TERESINA: O que Jadyel tem dito nos bastidores sobre a eleição em Teresina? Que “não tem interesse na eleição de Jeová ou de Dr.Pessoa e sim em construir o partido no estado para 2026. Se ficar com o Pessoa, bom pra ele. Se ficar com Jeová, bom pra ele”. Ou seja, o acordo de Jadyel com Marcos Pereira não inclui ingerência sobre a eleição municipal de Teresina. Não está no acordo que Jadyel coloque as digitais no pleito da capital. 

 

  1. O HOMEM ESTÁ COM A PALAVRA: Beleza, então quem tomará a decisão do Republicanos sobre Teresina? Marcos Pereira, o próprio, que empenhou a palavra a Dr.Pessoa de que deixaria a sigla com ele em 24. Marcos Pereira, o mesmo que tem diálogo de várias vias com o senador Ciro Nogueira, cujos partidos (PP e Republicanos) trabalham para se federar ainda esse ano. Fonte em Brasília faz sua aposta: “Acho que fica com o Pessoa porque em 13 anos de vida em Brasília, o Marcos Pereira nunca desonrou a palavra dele. Só se ele tem duas palavras...”.

 

  1. EU DUVIDO QUE DÊ CERTO: Jeová Alencar, por sua vez, está otimista. Fontes em seu entorno questionam se Jadyel Alencar conseguirá mesmo deixar o PV sem ter o mandato questionado pelo suplente, Wilson Martins. Também há interesse no grupo de oposição (Ciro e companhia) em manter ao máximo possível a pré-candidatura de Jeová a prefeito da capital. Um lado puxa para cá, o outro para lá. É assim desde que o mundo é mundo...

 

  1. E O RESULTADO É... Resumo da ópera: hoje, o Republicanos é de Jadyel, Dr.Pessoa e Jeová. Até sexta-feira, deve ficar com um dos três. O leitor da coluna saberá antes de todo mundo, como sempre. Paciência, pois a colunista não tem (ainda) como pular os dias do calendário e antecipar o tempo... Esses são os fatos. O resto é torcida. 

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Se for o jeito, vamos à guerra

O combate é sempre mais caro que a dissuasão, seja na guerra, seja na política. E a política é ou não é a guerra por outros meios? Dito isso, o plano do governador Rafael Fonteles – verbalizado por ele publicamente em diversas entrevistas – é ter apenas um candidato da base nas principais cidades em disputa eleitoral este ano. O calo no pé tem sido Oeiras, com Dr. Hailton (Solidariedade), que não arreda o pé da pré-candidatura, dividindo a base com o candidato petista Ícaro Carvalho, apoiado pela família Tapety.

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Dr. Hailton mantém 

Mesmo sem publicarem fotos, a coluna soube que Dr. Hailton Alves e seus padrinhos políticos, os deputados Evaldo Gomes e Franzé Silva, estiveram em decisiva conversa política na semana passada com o secretário estadual de Governo, Marcelo Nolleto. Desiste ou não? Muito vai e volta... mas não, Dr. Hailton se mantém candidato. O deadline (prazo final) é julho. Até lá, quem tiver melhor – ele ou Ícaro – apoiará o outro. Em política, ou você joga pelo seguro, ou você cresce. Até onde se sabe, não é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo...

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Guerra de chapas

Em biologia, a autofagia acontece quando as células englobam e degradam porções de seu próprio citoplasma. Em política, autofagia é quando um grupo briga pelos mesmos nomes ao invés de retirar peças dos adversários. Vamos ser claros aqui, leitor: a demora em formar chapas de vereador na capital terminou gerando um estresse interno no grupo do petista Fábio Novo. É um partido convidando o pré-candidato da chapa do outra sigla aliada e presidente de legenda mandando recado: “Se tirar alguém da minha chapa vai ter problema...”. Temperatura altíssima! 

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Os esforços estão sendo feitos

A coluna adiantou há algumas edições (consulte o arquivo), que um dos compromissos para que o PSDB aderisse ao petista Fábio Novo em Teresina era a formação da chapa de vereadores na capital. Os tucanos firministas que migraram com Luciano Nunes não querem ver o partido morrer. Sabem muito bem que um partido só vive se tiver pessoas ocupando mandatos, ora!

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Chapa de Gustavo Henrique vai para o PSDB

Dessa forma, a coluna apurou (e a foto abaixo dá indícios confirmando), que há esforço em cumprir o combinado. Ou seja, a chapinha montada pelo pré-candidato Gustavo Henrique deve ser absorvida pelo PSDB – caso a sigla fique mesmo com Luciano Nunes. A concretização dessa migração de chapas deve ocorrer após a vinda do ex-governador tucano Marconi Perillo ao estado. A visita é aguardada com ansiedade pois deve selar enfim o destino do PSDB nesse pleito: ficam com Fábio Novo ou vão para Sílvio Mendes (União Brasil)?

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Para ler, ver e ouvir

O filme francês “Anatomia de Uma Queda” venceu, não por acaso, diversos prêmios, inclusive no prestigiado Festival de Cannes. É sobre uma escritora acusada de matar o esposo. O filho cego é a única testemunha. Mas não é uma película tradicional sobre julgamentos (apesar das cenas no tribunal terem dinâmicas e diálogos impecáveis). É muito mais sobre as dúvidas mais básicas que cerceiam as relações humanas: até onde vão nossas culpas? Conhecemos de fato aqueles com quem convivemos? Até que ponto? O filme é uma anatomia - um estudo minucioso das partes – de muitos e profundos tipos de queda.

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Senta que lá vem história

Winston Churchill admirava Napoelão Bonaparte. Margarete Thatcher, ex-primeira ministra britânica, tinha como herói, Churchill. Em comum, Thatcher, Churchill e Napoleão tinham uma forma prática e decisiva de agir. Ela era defensora feroz da economia de livre mercado e tinha um aguerrido patriotismo como pano de fundo de suas ações - muitas delas controversas, como a guerra pelas Malvinas, ilhas disputadas com a Argentina e que custaram 7 bilhões de dólares em uma guerra desaconselhada por seu gabinete. Ela foi em frente. No final, a Inglaterra venceu e o povo britânico ficaram em êxtase.

Um dos poemas favoritos da ex-primeira ministra era o de Rudyard Kipling: “A fêmea da espécie é mais letal que o macho”. Também foi Margaret que disse: “Se alguém quiser apenas ser amado, teria que estar preparado para ceder qualquer coisa, a qualquer momento, não é mesmo? E não conseguiria nada!”. Sem coragem de desagradar e resistência ao risco, nada, absolutamente nada, é feito na política.

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Cifrada do Adeus e até nunca mais

Um político com fama de sincerão está apenas contando os segundos para oficializar sua despedida do grupo ao qual ainda se encontra. Emissários já foram devidamente avisados da saída iminente do homem. Motivos? “A vontade é de agradecer: ‘Obrigado a quem passou esse tempo todo me maltratando’. Não vou ficar pra morrer junto não!”, desabafou. A única dúvida é se o político vai apanhar (verbalmente) ou não do líder maior: “Se ele (líder) bater, eu bato de volta. Se me deixar de mão, eu deixo também”... Lei de Talião!

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Se conselho fosse bom

Dez palavras muito importantes: “Não sei o suficiente para ter uma opinião sobre isso”. Adicione-as ao seu vocabulário com a frequência necessária para evitar ser prolixo, falar do que não entende apenas por carência ou medo de admitir a verdade sobre seu grau de conhecimento. Você pode, eventualmente, não saber de algo e está tudo bem. É a curiosidade e a busca pelo conhecimento que não se tem, que move o mundo. Muitas vezes, ficar calado é sua maior contribuição para uma conversa.

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Foto do dia

Não era um foguete nem dois meteoros na avenida Raul Lopes, em Teresina, no final de semana, mas sim os dois secretários estaduais de Meio Ambiente e Comunicação, Daniel Oliveira e Mussoline Guedes, respectivamente. Seriam os homens correndo atrás das altas metas estipuladas pelo governador Rafael Fonteles? - perguntam os incautos (a colunista só repassa as perguntas! Favor reclamar no setor responsável). Se for por isso, os dois estão em bom ritmo, aliás. É preciso muita disciplina para correr às 5h da manhã, hein leitor? A colunista prefere ver as fotos e publicar as imagens...

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A frase para pensar

“Eles estão jogando um jogo. Eles estão brincando de não jogar. Se eu mostrar a eles que vejo que sim, quebrarei as regras e eles me punirão. Devo jogar o jogo deles, de não estar vendo que eu vejo o jogo”, Ronald David Laing (1927-1989), psiquiatra britânico e notável teórico.