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Coluna 13 e 14/03/24

O mapa (atualizado) do poder no Palácio da Cidade

O coração, a lama, o cérebro e o intestino de um estado é sua capital. Teresina é uma espécie de Roma, para onde convergem todos os caminhos. Como Roma (perdoem o excesso de liberdade poética, a colunista se empolga quando senta na frente de um computador), atraente e um pouco perversa. Qual é o atual mapa do poder no entorno do Palácio da Cidade? Se a análise política é um pêndulo, a colunista está sempre no meio. Após analisar as forças ascendentes no governo Rafael Fonteles, é hora de falar sobre quem tem vez e voz na Prefeitura de Teresina. 

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Pessoinha, o número 1

Após o prefeito, é o filho, o presidente da Eturb, João Duarte, o Pessoinha, quem tem a chave do cofre das principais decisões. O secretário de Finanças, Danilo Bezerra, é visto pelo mundo político como uma indicação 100% de Pessoinha. No começo da gestão, Pessoinha ficou de escanteio e com uma pasta pequena. Mas, com o passar do tempo, ganhou a confiança do próprio pai e espaço, direto e indireto na gestão.

 

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Incaível

Não são poucos os políticos que hoje já brigam nos bastidores para saber quem vai comandar a Eturb em 2025 – para se ter noção da força da pasta. Pessoinha tem grande interlocução com o Palácio de Karnak e, como advogado, é também quem costura pontes com o Judiciário. Abre diálogo com os vereadores, na medida do possível. João Duarte é incontornável e visto também como “incaível”. 

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House of Cards?

Vivemos em uma República, mas como exercício de imaginação, imaginemos que existe um reino e funções importantes podem ser ocupadas ao longo do tempo por cavaleiros diversos, por conta de mudanças em contextos e circunstâncias. 

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Ronney, quase um vice

A importância atual do secretário de Administração, Ronney Lustosa, é equivalente a que já teve no passado, respectivamente e por ordem cronológica, Robert Rios, Andreia Pessoa, Admilson Brasil e mais recentemente Thiago Duarte (esse último, como se nota pelo anúncio de filiação – não concretizado ainda – ao Solidariedade - vive um breve distanciamento do prefeito).

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Enquanto houver sol

Segundo fontes ouvidas em reserva e que atuam no círculo de influência da PMT, Ronney - que já foi vice-prefeito de Firmino Filho - é ouvido e considerado no que se refere a nomeações, articulações políticas e comunicação, nesse último caso, junto com consultores externos. Nesse ponto, na mesma seara de nomeações no DOM (Diário Oficial do Município), está Sol Pessoa, assessora direta do chefe do Executivo. Mesmo discreta em público, Sol resiste ao fogo amigo (e inimigo) e segue vista como nome relevante na composição da tríade de força do Palácio da Cidade.

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Não esqueça o Samuel

Ainda sobre os nomes importantes do Governo Rafael Fonteles (volte uma coluna), observadores bem relacionados fazem adendos ao apurado pela coluna e acrescentam novos rostos: “O Samuel Nascimento (secretário de Administração) é muito querido. Não é ‘Dom Barreto’, mas importante desde quando assumiu responsabilidade grande na campanha de coordenar números e atividades”, lembra um interlocutor.  Ok, acrescentado.

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Você não falou do Antônio Luiz!

Com muitos nomes na faixa dos 39/40 anos e vindos da iniciativa privada, é natural que “muita gente não goste da sensação de depender da política”, relata a fonte. No entanto, o Governo Fonteles também tem figuras de relevo de outras gerações, como o secretário de Saúde, Antônio Luiz, visto pelo mundo político como alguém que “chegou forte”. “Era professor do Rafael, relação do banco da escola. O Antônio Luiz era professor de cursinho e foi levado para a Fazenda e agora na Saúde, acumula muita responsabilidade”, pondera. Acrescentado também!

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E as mulheres? 

Mas (sempre tem um “mas”), uma fonte com cadeira em mesa de decisão recebeu a coluna na lista de transmissão do Whatsapp e questionou: “E as mulheres do Governo Rafael?”. Aceitando a provocação positiva, a coluna trará uma análise especificamente sobre elas na coluna de amanhã. Paciência, leitor, pois a coluna é feita por uma humana, e não pelo ChatGPT...

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Jadyel e Alesya no comando

Conforme antecipado pela coluna na semana passada, o deputado federal Jadyel Alencar assumiu (in)diretamente o comando estadual do Republicanos. Jadyel indicou a esposa, a médica Alesya Xavier, que vem a ser filha do ex-deputado Xavier Neto. É questão de tempo e burocracia jurídica/partidária para Jadyel estar filiado ao Republicanos oficialmente. De todo modo, ele já atua junto à bancada da sigla na Câmara dos Deputados. E como fica o deputado estadual Jeová Alencar, pré-candidato a prefeito pelo Republicanos?

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... mas Jeová também

Como uma boa novela (daquelas mexicanas, enormes e com muito drama), Jeová não está fora do Republicanos de vez. Segundo fonte de Brasília, há articulação para Jeová ficar com o comando municipal da legenda em Teresina. Então é assim: Jadyel no estadual e Jeová no municipal. 

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Condicionantes para a reeleição?

Beleza, e o prefeito Dr. Pessoa, que também está filiado no mesmo partido? Fonte próxima a Pessoa disse à colunista que a movimentação envolvendo Jadyel e Jeová – deixando o Palácio da Cidade de escanteio – solidifica a saída de Pessoa do Republicanos, ainda sem destino em vista. Aumenta dessa forma, no entorno do prefeito, aqueles que defendem que Dr.Pessoa só dispute a reeleição se chegar a pelo menos 20% das intenções até o período das convenções. Em público, o prefeito é irredutível e mantém o discurso de pré-candidato. Mas novelas são assim, a decisão e a emoção ficam mesmo para o último capítulo. 

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Os cabeças

Registro do pré-candidato a prefeito de Teresina pela federação PSDB/Cidadania, o ex-senador João Vicente Claudino, com os vereadores Edson Melo e Paulo Lopes, além de Mario Rogério e Jorge Lopes, presidente da federação. Tema? “Planejamento de campanha do JVC”, respondeu uma fonte presente no encontro. O ex-senador colocou o nome e agora tem como desafio botar o bloco na rua, fazendo reuniões, ocupando espaços e buscando a viabilização do seu nome na polarizada eleição de Teresina.

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Senta que lá vem história

O ex-presidente José Sarney não era do tipo que comprava brigas diretas. Preferia, pelo contrário, criar as situações para que isso acontecesse. Mesmo que demorasse anos, vingava-se dos desafetos quando a oportunidade surgia. Os aliados diziam, como elogio, e os adversários, como crítica: “Ele ajeita a vida de todos”. Como manda quem tem a caneta na mão, o estilo Sarney era de não cobrar nem questionar diretamente os aliados que agiam diferente dele. Apenas registrava o fato e dava o troco depois.

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Se conselho fosse bom

Quem são os ressentidos? Geralmente são as pessoas que veem as oportunidades e não fazem nada. Elas olham os que possuem iniciativa e dizem: “Eu poderia ter feito isso”. Pois é, mas não fez. Ou você é o arquiteto do seu destino ou vive como prisioneiro das circunstâncias. Indecisão e paralisia são a morte. É melhor agir e errar do que não agir. O destino sempre vai se ajoelhar diante dos ousados.

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Cifrada do Pássaro na Encruzilhada

Na vasta floresta da política, um pássaro no auge da maturidade, dotado de plumagem vibrante, almejava voar pelos céus da governança. Em sua jornada, era aliado, às escondidas, de uma majestosa águia, de penas grisalhas e olhar severo. O pássaro disse que apoiaria a águia, mas impôs condições. A águia não só recusou no privado, como também fez isso em público, mostrando o tom implacável com o qual trataria o pássaro no futuro. Entre os lagos azul e vermelho, o pássaro ousado precisava decidir. O relógio é imparável e os dois lados têm armadilhas perigosas. Qual seria o menos pior? É a pergunta que ecoa na floresta.

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Foto do dia

O ministro Wellington Dias ganhou bons pontos junto ao presidente Lula com a redução de 30% da fome no país já no primeiro ano de gestão. O resultado da pesquisa do Instituto Fome Zero agradou o presidente, que tem no combate a fome uma de suas principais metas de gestão, além de fortalecer a proposta de criação de uma Aliança Global de Combate a Fome e a Pobreza no G20, aliança esta que é coordenada por Wellington e que terá uma reunião internacional em Teresina. A coluna soube que o desempenho de Wellington lhe rendeu até um jantar reservado e fora de agenda com o presidente nesta semana na residência oficial do presidente. Nessa foto, Wellington entregando ao presidente um relatórios de suas ações no MDS.

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A frase para pensar

“Um pássaro em uma gaiola é seguro, mas Deus não criou os pássaros para isso”, Paulo Coelho, escritor brasileiro.

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