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Coluna 13 e 14/05/24

Pauta de costumes, incertezas e adesões: três (novos) pontos sobre a eleição de Teresina

A política muda, e muda rápido. Há duas opções: ou você aprende a nadar o mais rápido possível, ou fica encalhado, igual ao último dinossauro do último lago quente do último continente a ser atingido pela última era glacial. Você entendeu meu ponto, leitor. Fontes experientes, ouvidas nos últimos dias pela coluna, acreditam que a eleição de Teresina tem três fatores decisivos, reunidos e elencados abaixo pela coluna. A colunista, aliás, só repassa as informações e não tem nenhuma ingerência sobre os fatos – frise-se. Vamos a eles:

  1. “Discutir costumes não dá um voto, mas tira vários”: qual papel terá a pauta de costumes na capital? Nunca usada de maneira explícita, mas certamente aproveitada para incutir que o adversário representa sempre “tudo de ruim”, ela é incontornável.

Aborto, drogas, homofobia, racismo, machismo, etc: pontos a serem explorados, seja pelos batedores, seja pela turma da contra-campanha nas redes sociais. Obviamente, os próprios candidatos, de cada lado, vão evitar meter a cara nas citadas pautas. Mas terão seus auxiliares. O eleitorado da capital é majoritariamente conservador e católico, esse é um dado sociodemográfico. Mas, esse será um fator decisivo – mesmo que não seja declarado – para votar ou deixar de votar em alguém? (pergunta não retórica).

  1. Ninguém sabe o cenário real – Uma pesquisa informal com o mundo político, feita pelo DataSávia (a humilde colunista, perguntando à turma que toma decisão), constatou que: 1) ninguém sabe qual é mesmo a diferença de votos entre os candidatos, em qual instituto acreditar e, portanto, o que é confiável em termos de dados. 2) 50% dos ouvidos acham que haverá segundo turno, 50% apostam que a conta é liquidada no primeiro turno (para o seu candidato de preferência, claro!). 

“Fiz uma pesquisa com nove lideranças minhas: 3 tão com o Sílvio (Mendes), 2 com o Fábio (Novo), uma com o Pessoa (eu mesmo) e o restante não decidiu. Acho que é por aí”, respondeu, de maneira inusitada, um parlamentar, sobre sua intuição a respeito do cenário eleitoral.  “Para nós, que estamos do lado do X (pré-candidato a prefeito que a coluna ocultará o nome), é bom ter segundo turno, que aí valoriza, né?”, admitiu um sincero vereador. Esse é um cara esperto.

  1. Desidratar o outro lado – Do lado de Fábio Novo, está claro que o objetivo é desidratar a turma de Sílvio Mendes, diminuindo o tamanho das chapas adversárias com adesões constantes. “Nesse mês, virá mais uma dúzia”, revelou um cacique petista à coluna. Do lado de lá, a turma resiste e desdenha: “No nosso partido, temos 40 candidatos. Se a gente perder mais 10, ficam 30. Não pode é perder quem tem voto. Esse pessoal de 200 votos, não faz diferença”, minimizou um político de uma sigla que engloba a maior parte dos apoiadores de Sílvio Mendes. O clima está assim – antes que mude!

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Ninguém vai tomar minha vaga dessa vez!

A coluna está preocupada com o acelerado ritmo da pré-campanha em Teresina. Ao questionar um parlamentar, por volta de 16h de uma segunda-feira, se estava tudo bem (pergunta retórica), ele respondeu: “Tô tonto, não almocei ainda”. Como assim? “Vou visitar (as lideranças e eleitores), todo dia e toda hora. Se eu não tiver que comer nem dormir eu não vou. Começo 8h e termino meia-noite. Nem tomei café, saí 7h fui resolver um problema na Prefeitura, e já tô visitando e só vou parar a noite”. Calma, gente, não é pra tanto...

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Reboliço em Esperantina

O PT de Esperantina é histórico, tendo sido um dos primeiros municípios em que a sigla elegeu vereador no Piauí. Pois bem. “O PT de Esperantina está um caos!”, avaliou um petista com cadeira na Executiva estadual, à coluna. Mas o que houve? Bom, é que depois de passar seis meses fazendo pré-campanha em Esperantina, o professor Edmilson Araújo, o Edmilson do PT, terminou perdendo a vaga de pré-candidato a prefeito. Caiu, mas caiu atirando... 

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Foi golpe ou é do jogo?

Os deputados petistas Francisco Limma e Janaína Marques, que têm influência no diretório municipal, decidiram lançar outro nome para prefeito: Máximo José. “Os aliados do professor Edmilson dizem que o Máximo é bolsonarista, mas nunca provou, nem uma foto ou vídeo do rapaz falando de Bolsonaro”, argumentou a fonte do PT, em reserva, sobre o pano de fundo da intriga. Pronto. Prego batido e ponta virada: por unanimidade, o PT trocou o pré-candidato. Edmilson acusou a manobra de “golpe”, deu o troco, rompeu com o PT local e no dia seguinte anunciou apoio à prefeita Ivanária Sampaio (MDB), que busca a reeleição. O assunto rende até hoje nas hostes petistas...

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Os quatro candidatos do Pessoinha

Longe da coluna alimentar qualquer tipo de intriga, mas após muitos questionamentos dos leitores (esses sim, em busca de confusão...), segue a apuração sobre quais seriam os nomes apoiados pelo presidente da Eturb, João Duarte, o Pessoinha, para a Câmara de Vereadores.

Alan Cavalcante – ex-secretário da Semcaspi, pasta da Assistência Social em Teresina

Camila Rosal - advogada

Bruno Pessoa – ex-superinetendente da Strans

Socorro da Clínica – assessora do prefeito Dr.Pessoa

Como não existe equilíbrio no mundo, exceto na Matemática pura (e a Política é outra Ciência), qual deles o leitor aposta que Pessoinha colocará mais força? A turma do PRD aceitará tudo numa boa? Haverá um outro nome, não divulgado? Quem, quem, quem?

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Nunca se torne refém

Nicolau Maquiavel, o pai da Ciência Política, recomendava às forças políticas que aspiram posições de comando, que se atentassem a uma regra simples: o príncipe nunca deve fazer alianças com alguém mais poderoso do que ele (a não ser quando a necessidade o constrange a isso). “Vencendo, ficará prisioneiro de quem o auxiliou. E os príncipes devem fugir de ficar na dependência dos outros”, escreveu Maquiavel. Ótima lição – completamente ignorada, por sinal, pela maior parte dos políticos.

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Cifrada do Pergaminho

Era uma vez, em um reino muito, muito distante, um rei que acreditava que seus súditos estavam felizes. De fato, o rei tinha o carinho pessoal das pessoas, mas precisava do voto de confiança (outros quinhentos...). Os mensageiros que traziam notícias ruins, eram evitados e seus informes calamitosos, atribuídos a boatos e intrigas. Para provar sua teoria, convocou seus conselheiros mais próximos e ordenou que realizassem um levantamento próprio, que mostrasse a verdadeira opinião do povo do reino. 

Os conselheiros, mesmo relutantes, cumpriram a ordem, retornando ao palácio com o resultado em mãos. Quando abriu o pergaminho, o monarca encontrou palavras duras e implacáveis. O rei mandou chamar seus mais próximos conselheiros, aqueles que eram sempre ignorados. “Só agora o senhor quer nos ouvir?”, indagou um dos subordinados. E agora, o que fará o rei?

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Se conselho fosse bom 

O tempo que você gasta se importando com a opinião alheia é proporcional a falta de resultados que você colherá na vida. A correlação é direta. Ao ligar para o que as pessoas comuns falam, você provavelmente não correrá nenhum risco na vida. Como só cresce quem arrisca, sua vida será uma eterna estagnação e mais do mesmo. O filósofo estóico Epiteto dizia que, ao se ofender com algo, você se torna cúmplice da ofensa. Ele estava correto. Ninguém tem poder sobre você – exceto aquele que você mesmo cede, à custa da sua própria autonomia.

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Foto do dia 

Com choro ou sem choro (dos rivais), o pré-candidato do PRD a vereador de Teresina, Roncalli Paulo Filho, o Roncallinho, recebeu formalmente o apoio da primeira-dama de Teresina, Samara Conceição, em evento realizado na última sexta-feira. De fato, Samara encheu o espaço com dezenas de lideranças. Roncallinho respondeu Samara, no mesmo tom, pelas redes sociais: “Muito feliz, animado e motivado com seu apoio”. Aliados de Roncallinho acreditam que o nome do ex-superintendente da Saad Centro é apenas o “boi de piranha” para filiados desfilarem suas queixas por mais espaço no Palácio da Cidade – o que é natural do jogo. Será? Pelo sim, pelo não, o presidente estadual do PRD, Bruno Vilarinho, avisou à coluna que na sigla “tudo se resolverá na paz, sem brigas”. 

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A frase para pensar 

A política é a arte do necessário. Se nos restringirmos ao possível, nada muda”, Fernando Henrique Cardoso (1931 -) , ex-presidente brasileiro. 

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Música da semana 

Desconfie, leitor, desconfie de quem não gosta de Fagner, pois bom sujeito não é... Considerando a proximidade das festas juninas, vamos com a versão cantada por Flávio José de “Espumas ao Vento”. A correlação óbvia com a política, é aquela: ninguém se perde no caminho de volta para casa. Ex-inimigos, que podem se abraçar, aliados que dão um tempo... tudo é possível? Quem viver, verá!

“ E sem saber direito a hora e o que fazer

Eu não encontro uma palavra só pra te dizer

Ai, se eu fosse você eu voltava pra mim de novo

Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim

Um grande amor não se acaba assim

Feito espumas ao vento

Não é coisa de momento, raiva passageira

Mania que dá e passa, feito brincadeira

O amor deixa marcas que não dá pra apagar”

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