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Coluna 23 e 24/05/24

Rolo compressor e disputa de bases gera climão na Alepi

Por dever de ofício, a coluna tem que circular, falar com as pessoas (pouco) e ouvir (muito) as mais diversas cabeças pensantes (ou não) da política piauiense. Na maior parte do tempo, é só desperdício. Mas de vez em quando, sai alguma coisa... Como por exemplo, os bastidores do clima (péssimo) entre alguns políticos no entorno da Assembleia Legislativa do Piauí. Motivo: disputa por base eleitoral na eleição de 2024. O que mais seria, afinal?


Vou te dar um exemplo

Três exemplos, bem ilustrativos. O primeiro: a turma achou meio estranha a aprovação na Alepi de um requerimento pedindo esclarecimentos sobre obras e aplicação de recursos da Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas e Fomento ao Lazer (Cendfol). Como assim?


Tiago e Limma

Não leitor, não foi a oposição que protocolou o documento, e sim um deputado da base, Francisco Limma (PT). Os interlocutores de Tiago Vasconcelos, coordenador da Cendfol, querem se manifestar? Ou está tudo bem? Tem alguma coisa a ver com a disputa por lideranças municipais em três cidades no interior? Ou é só coincidência mesmo? Perguntar é de graça!


Carlos Augusto e Felipe

Já o deputado Carlos Augusto (MDB) parece que está em rota de colisão com o colega de legenda, Felipe Sampaio (barra vice-governador Themístocles Sampaio). A disputa envolve bases em Santa Luz, onde houve um arrasa quarteirão de Felipe sob um grupo de vereadores, anteriormente ligados às lideranças de Carlos Augusto. Complicado...


Evaldo, Fábio e Franzé

Para fechar, o presidente da Assembleia Legislativa, Franzé Silva (PT), e o vice-presidente, deputado Evaldo Gomes (SDD), conversam sobre tudo, menos sobre Valença. Lá, Franzé está com o candidato da oposição, Leonardo Nogueira (cujo vice era Marllos Sampaio - volte duas colunas para entender). Mas Evaldo está no time do deputado Fábio Novo, apoiando o vereador Kássio, que tenta ser uma terceira via na cidade contra o atual prefeito, Marcelo Costa. Não estão mais falando a mesma língua.


Digressão

Permita à coluna despejar aqui algumas palavras referentes ao processo eleitoral. 1) O que cabe ao candidato: tomar decisões complicadas, na maior velocidade possível e com informações incompletas. 2) O que o voto faz? R- Diz: “Quero esse rumo para a cidade/estado/país”. 3) O que a opinião pública (mídia e redes sociais) faz? R- Organiza e dá visibilidade aos temas que circulam na sociedade. 4) O que fazem os governos? R- Representam os modos como as pessoas de uma sociedade pensam. Continua abaixo.


O tipo de candidato que se elege

Por isso mesmo, o ex-governador de São Paulo, João Dória, nunca seria eleito governador do Piauí, assim como o prefeito Dr.Pessoa, não seria eleito prefeito de São Paulo. Cada um representa o “espírito” do local que buscam representar politicamente. Em Teresina, essa “alma” política está em disputa: o teresinense vai se ver mais em Sílvio Mendes (União Brasil), Fábio Novo (PT), Dr.Pessoa (PRD), João Vicente Claudino (PSDB) ou Tonny Kerley (Novo)? As sociedades, é claro, mudam. Mas será que é  tão rápido como alguns pensam?


Em qual pesquisa confiar?

O eleitor se guia por pesquisas? Sim e não. Primeiro, as pesquisas precisam se tornar conhecidas. Depois, o eleitor tem que confiar nos números. Em seguida, se tiver dúvidas, o eleitor vai decidir em qual pesquisa confiar. Por fim, ele vai analisar, com os dados das pesquisas, as chances de vitória dos candidatos postos. Tudo isso é feito de maneira intuitiva, e não científica. Como diz o cientista político Alberto Carlos Almeida: “O fato de alguém não ter voto, está ligado a circunstâncias que antecedem as pesquisas. É muito difícil separar as circunstâncias das pesquisas”.


Para ler, ver e ouvir

A colunista não é uma pessoa sociável. Aliás, há poucas coisas que a colunista aprecie mais do que a própria companhia. Aos leitores que buscam tempo de qualidade sozinhos, é imprescindível a leitura do livro “Carisma e Poder: líderes que moldaram a Europa Moderna” (Companhia das Letras), de Ian Kershaw. Com uma mistura de análise da personalidade individual com o contexto político, o livro traz mini-biografias analíticas de nomes como Vladímir Lênin, Ióssif Stálin, Adolf Hitler e Benito Mussolini. Por que determinados indivíduos se destacam? Como obtêm e exercem o poder? Até onde vão os traços de personalidade e caráter e onde entra a marcha imparável da história? Será, como disse o político britânico Enoch Powell, que “todas as carreiras políticas acabam em fracasso”? Respostas? Ora, leia o livro!


Se conselho fosse bom

Quanto mais alto você voa, mais tiros você leva. Você está sempre de guarda levantada contra aproveitadores. Mas, eventualmente, permitiu que se aproximassem e, surpresa, a pessoa não cumpriu a palavra com você. A única resposta possível, sem que você perca a credibilidade, é não demonstrar qualquer tipo de afetação. Apenas siga em frente. Os recursos do mundo são finitos, e dois dos mais escassos se chamam: tempo e energia. Se você estiver esgotado, será apenas mais um alvo vulnerável aos predadores que lhe observam esperando sua queda. Quando a gente para de aprender, é melhor então sair da cozinha e deixar outra pessoa cozinhar. Ignore as recomendações da coluna por sua conta e risco.


Cifrada do Pink e do Cérebro

E não é que uma dupla inseparável da política piauiense no âmbito estadual parece que está se separando? A turma chamava (sempre pelas costas, claro) os dois políticos de Pink e Cérebro, em referência ao desenho animado onde dois personagens tentam dominar o mundo: um é inteligentíssimo (e bem durão) e o outro, abobalhado (só que no estilo gente boa). Depois de levar a culpa por uma série de broncas (demissões, golpes e outras coisas que não cabem à coluna comentar) que não são suas, o mais esperto da dupla entendeu que o “amigo” estava mais atrapalhando do que ajudando. Amizade precisa ser uma via de mão dupla, não é mesmo, leitor? Quando um lado só ganha e o outro só perde, está bom mesmo de cada um seguir seu rumo...


Foto do dia

Registro da defensora pública Verônica Acioly de Vasconcelos, subdefensora pública Geral do Piauí, nome indicado pelo Condege (Conselho Nacional de Defensoras e Defensores Públicos Gerais) para integrar a comitiva da ministra das Mulheres, Cida Ribeiro, junto à ONU, em Genebra, na Suíça. Elas participaram do Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (CEDAW). O Núcleo da Mulher na Defensoria Pública de Teresina existe há 20 anos, sendo anterior à própria Lei Maria da Penha. Dessa forma, a coluna realça o destaque nacional e internacional no trabalho feito pela Defensoria, comandada pela defensora Carla Yáscar, para formatar políticas públicas que combatam as formas de discriminação contra a mulher. Tema sempre necessário.


A frase para pensar

“Para estar em paz consigo mesmo, é preciso dizer a verdade. Para estar em paz com os demais, é preciso mentir”, Adolfo Bioy Casares (1914-1994), escritor argentino.

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