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Coluna 03 e 04/07/24

Adesão secreta, compra de número e dossiês: a reta final da pré-campanha em Teresina

Faltam poucas semanas para virar: sairá o sufixo “pré” e entra, enfim, a campanha. Como estão as coisas? Uma fonte no meio do olho do furacão responde direto para o leitor: “Tá afunilando e a gente vê quem tem estrutura, nego vendendo carro, pegando dinheiro com agiotagem, gente tentando comprar o número que quer dentro dos partidos, traição e adesão na véspera da convenção... mais ou menos isso aí”. O leitor está sentado e com cinto de segurança? Partiu!

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Quem tem problema no coração, pede pra sair

Menos de 15 dias para o segundo turno das eleições e o sentimento em Teresina é o seguinte: um lado torce para tudo continuar andando como está. O outro, para que um fato externo, tire as coisas do lugar. Ninguém acredita em pesquisa, mas todo mundo comenta todas. Os vereadores e suplentes, em sua maioria, querem um segundo turno para se valorizarem. Os dossiês e a busca por escorregadas, erros e pontos fracos dos adversários, estão a pleno vapor.

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Vira, vira, vira... virou!

A coluna sabe de pelo menos duas adesões a Fábio Novo vindas de vereadores no mandato. Tudo no sigilo, mas a perspectiva é de que ocorram até uma semana antes das três convenções marcadas para o dia 20 de julho. Um dos vereadores ainda está em dúvida, mas o outro já amarrou com vereadores amigos e os deputados estadual e federal que são do time de lá. Quando sair o anúncio, a coluna não é vidente, mas prevê que a confusão será homérica... Como se sabe, quem chega primeiro, senta no camarote, de onde a visão costuma ser privilegiada.

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Eu compro teu número

A coluna sabe que há uma disputa intensa entre os candidatos a cargos proporcionais pelos melhores números a figurar nas urnas. Aqueles com sequências fáceis de memorizar têm concorrência maior do que a do vestibular de Medicina de uma universidade pública. Um partido de Teresina com quatro pré-candidatos desejando o mesmo número, vive uma situação inusitada, para dizer o mínimo: “O Fulano ofereceu comprar o número que eu também coloquei meu nome pra disputar, mas eu disse na hora: ‘Pois eu não vendo’ e vamos pro pau, fazer o sorteio”. Ih gente...

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Água mole em pedra...

Já em outra legenda, dois candidatos a vereador disputavam o mesmo número, sem sucesso para chegar a um acordo. O presidente da legenda teve que interceder e chegou no argumento para o filiado novato: “Isso de número é besteira, não sei porque você faz questão...”. O pré-candidato então retrucou: “Se é besteira, mande o Sicrano desistir do número e está ótimo”. Por fim, foi tanta confusão que o Sicrano, de fato, desistiu e deixou o cobiçado número com o novato.

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A prova dos 9 

No grupo do prefeito da capital, Dr. Pessoa, um político foi enfaticamente contra marcar a convenção para o mesmo dia dos atos de Fábio Novo e Sílvio Mendes. “Perigosíssimo fazer dia 20, porque tem liderança minha que vota em mim e não no Dr.Pessoa. Aí não vai pro evento. Mas também é bom pra saber quem tá com o grupo ou não. Porque tem muita liderança que está em vários times, né?”. Taí uma verdade...

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Encontre uma brecha e ataque

Há poucos dias o grupo do ex-prefeito Sílvio Mendes fechou grupos de pesquisa qualitativa. Aos integrantes, foi mostrado um vídeo em que Fábio Novo argumenta que o time composto por ele, Rafael Fonteles e Lula irá resolver os problemas da capital. Os silvistas enxergam uma brecha para entrar com um discurso exatamente nesse ponto, pois será explorado o questionamento se o popular governador do PT irá ajudar ou não um prefeito de outra sigla. “O Rafael vai virar as costas se o governador for de outro partido?”, provocou o silvista. Se vai colar ou não, é outra conversa, mas está aí um mote de campanha que o leitor está sabendo antes, como é costume nessa humilde coluna...

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Eu achei ótimo o Fabionaro

A coluna é a favor do contraditório. Um político que apoia Fábio Novo, afirma que pegou a expressão “Fabionaro”, usada pelo petista para descrever o apoio que recebe de bolsonaristas. “Até meu pai, que é bolsonarista doente, tá levando na esportiva. Estão ficando zangados os garupeiros, que se beneficiam com a polarização exagerada. Fábio passou a imagem de que tem lado, mas não é radical. Radicalismo é bom pra proporcional, mas pra majoritário tem teto. BolsoDória funcionou”, lembrou a fonte, sobre o voto Bolsonaro e João Dória, em São Paulo, na eleição de 2018. No registro, Fábio Novo recebendo o apoio de Mário Rogério, presidente do Cidadania.

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Pérolas

Um político e uma jornalista conversam por Whatsapp. O político pergunta: 

“Tem alguma pesquisa verdadeira aí pra gente analisar?”

A jornalista responde:

“Pesquisa tem muita. Mas você quer colocar condição...”

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Senta que lá vem história 

O ex-presidente Ernesto Geisel era metódico e detalhista, como lembra Thomas Traumann no livro “O pior emprego do mundo”. Quando um ministro tinha um projeto, levava-o ao presidente, que o entrevistava sobre as ideias, depois passava dever de casa: livros e documentos, que ele cobrava a leitura. 

Quando o prazo de abertura da declaração do Imposto de Renda estava prestes a abrir, Geisel levou o formulário para casa e achou tudo muito complicado. Ordenou que mudanças fossem feitas pela Receita Federal. Foi a partir disso que os técnicos criaram um formulário simplificado. Geisel preencheu esse sem dificuldades. E a declaração completa e a outra simplificada são normas até hoje.

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Se conselho fosse bom

Todos os seus problemas são originados da sua falta de habilidade em se manter no presente. Passado e futuro são conceitos ilusórios pelos quais você se prende com nostalgia ou esperança. Tudo isso mata a capacidade de você ficar no único lugar que importa: o agora. Se você vive “esperando tempos melhores” (que não existem) e se deixa abalar pelo que outras pessoas dizem e falam, então qualquer um pode influenciar negativamente seu estado de ser. É normal desejar, mas você não pode existir num eterno estado de ânsia, pois assim nunca experimentará a vida vibrante e incrível que existe no agora. Escolha estar em paz, note o que já está ao seu redor e tudo o que você deseja chegará sem resistência.

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Cifrada do Candidato sem Candidatura

Numa cidade com disputa polarizada, não há mais dúvidas: um terceiro nome será candidato: “Mas não vai ter a candidatura”, completou uma fonte por dentro da sala de decisões. Como assim, candidato sem candidatura? Segundo o interlocutor, chegou o momento em que o próprio político é quem tem as rédeas e toma as decisões. “Não tem mais nem como ele dizer que não vai ser. Só que não tem reunião e nem dinheiro. Eleição se faz abastecendo os ‘vaqueiros’, eleição se faz com dinheiro e volume de campanha. Ele não vai tá entregando R$ 20 milhões de graça, para perder”, analisou o político. Verdades duríssimas?

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Foto do dia

Se a coluna ganhasse um real a cada vez que recebesse a foto do deputado estadual Jeová Alencar (Republicanos) na cabeceira da mesa, com Sílvio Mendes (UB) do lado, a colunista estaria milionária (e o leitor não estaria lendo a coluna, consequentemente). A turma da teoria da conspiração viajou achando que era um indício de troca de posição na chapa na reta final, Sílvio na lateral e Jeová, literalmente, na cabeça. Um interlocutor que conhece Jeová das antigas, minimizou o fato: “O Jeová é assim desde criancinha, se ele não sentasse no banco da frente era o mesmo que matar ele, rs”.

 

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A frase para pensar

“A cabeceira é onde eu estou sentado”, Tancredo Neves (1910-1985), político, então primeiro-ministro, a um parlamentar que, numa reunião, ofereceu-lhe a cabeceira da mesa. 

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