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Coluna 09/05/23

 

Não escolher é escolher

Para alguns conhecedores de política (a coluna é só a mensageira), a não-escolha oficial de um candidato que o eleitor de Teresina identifique como sendo do Palácio de Karnak deixa um vácuo que será preenchido, por lógica e associação direta, pelo nome que o teresinense identificar naturalmente como o mais alinhado ao governador Rafael Fonteles. Um nome que tenha visibilidade, e encarne uma extensão dos trabalhos até agora bem avaliados do Governo. Alguma suspeita de quem seja?


Dois meses

O clima está assim no PT: um candidato está cabisbaixo porque sabe que não é o preferido do Karnak e nem tem a estrutura para colocar pra frente a pré-campanha, apesar de pontuar bem. No partido, os números são vistos como um teto máximo desse candidato (ele não vê assim, obviamente). Já outro petista, tem feito tudo como manda o figurino, mas faltou combinar com o andar de cima, que tem deixado escapar que ele não empolga. Por fim, um terceiro nome ganhou um prazo de dois meses para ver se decola. O que se sabe, é muito pouco tempo para qualquer coisa.


Inácio Carvalho na Semgov

A coluna trouxe ontem a informação de que o secretário de Governo, Michel Saldanha, deve deixar o cargo nas próximas semanas. Hoje, a informação mais quente é de que o substituto de Michel seja o suplente de vereador Inácio Carvalho. 


Plano N

A coluna perguntou ao próprio Inácio, que confirmou a existência da conversa para assumir a pasta, mas admitiu que há uma outra possibilidade envolvendo o vereador Neto do Angelim em uma secretaria (que poderia ser também Governo, assim como a Prodater). Dessa forma, Inácio – que conta com experiência e bom trato entre os colegas, subiria para a Câmara de Teresina.


Padrinho

Uma pergunta tem sido constante nos levantamentos internos que partidos vem fazendo para o pleito de 2024 em Teresina: “Você votaria no candidato apoiado por Lula ou Bolsonaro?”. Pesquisas são caras e nenhum questionamento está ali por acaso. Para o grupo da base aliada de Rafael Fonteles, a aposta é reeditar a eleição de 2022, quando Lula foi o principal cabo eleitoral do petista no Piauí. E para a oposição, o desenho é como o negativo de uma foto: o distanciamento máximo de Jair Bolsonaro, desvinculando o pleito municipal da conjuntura nacional. É possível?


Mil e um fatores

Cientistas políticos se detém há anos com as questões sobre o peso de candidatos nacionais na eleição para prefeito. Nenhum consenso. Uma vitória é construída sob múltiplos fatores: se a economia vai bem, o humor do eleitor é um, se vai mal, é outro (as pessoas do mundo real, como lembra o cientista político Alberto Carlos Almeida, ficam felizes e aprovam o governo quando sua capacidade de consumo aumenta). Independente disso, duas perguntas devem ser feitas por qualquer um que se disponha a disputar a eleição de 2024. São elas (abaixo):


Pergunta número 1

Qual será o tema da eleição e o que eu (não você, leitor, o candidato) posso mostrar que já fiz na minha história que me credencia a resolver esse problema? (É hora da construção de autoridade. Não adianta ser bom em saúde, se o eleitor tem como maior problema a violência urbana – a título de exemplo).


Pergunta número 2

Essa é uma eleição de mudança ou de continuidade? Se o candidato representa continuidade e os ventos forem de mudança, nem uma máquina do tempo que trouxesse JK e Getútlio Vargas para fazer campanha para um ilustre desconhecido poderia mudar algo.


Funciona desse jeito

Em qualquer eleição é assim: há somente um candidato do governo e vários da oposição. E quem faz mais oposição a um determinado governo, é quem encarna melhor a mudança. Há, portanto, o candidato que está no cargo ou aquele apoiado por ele, e um que incorpore o espírito de oposição. Pode uma terceira via vencer? Sempre pode, mas não é o mais provável.


Foto do dia

Comitiva do vice-governador Themístocles Filho em Brasília, com destaque para os filhos, Marcos Aurélio Sampaio e Felipe Sampaio e a prefeita de Esperantina, Ivanária Sampaio. Themístocles foi límpido e objetivo, como é do seu estilo: o candidato do grupo a prefeito de Teresina é Marcos Aurélio. Ele refuta assim, qualquer especulação com seu nome que tenha sido alimentada nas últimas semanas por segmentos da opinião pública e aponta que Marcos tem até dezembro para se tornar mais conhecido do eleitorado da capital. Conversa de pai: elogio e bronca! Justiça seja feita: Marcos Aurélio tem feito agendas constantes em Teresina, com o mundo político mas, principalmente, com segmentos sociais.


A frase para pensar

“Em engenharia, não dá para aliar tempo, qualidade e custo. Escolha dois deles. Se não há tempo para fazer a obra, o custo será mais alto", Roberto Lizinsky (1951-), engenheiro de tráfego.

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