Aproximação de Marden com Karnak tem reação de Jôve
O movimento de aproximação do deputado estadual Marden Menezes (Progressistas) com a base de Rafael Fonteles - antecipado pelos analistas políticos ainda no final do ano passado - repercutiu na base do político, Piripiri, especialmente com a prefeita, Jôve Oliveira. A coluna apurou que a ponte de Marden com o Karnak seria o vice-governador, Themístocles Sampaio. Segundo aliados, Jôve teria considerado a possibilidade de adesão como “inadmissível”. Ela foi ferrenha adversária e derrotou o grupo de Luís Menezes, pai de Marden, no município.
Ele não
Fonte que frequenta os palácios, acredita que Piripiri pode ser o fio desencapado na relação do Karnak com a vice-governadoria. Bombeiros, no entanto, atuam para apaziguar a situação. Resultado disso e da pronta-resposta de Rafael Fonteles pró-Jôve foi a antecipação da inauguração do novo aeroporto da cidade, ocorrida há três dias.
Primeiros erros dos tucanos
A oposição em Teresina, encabeçada pelos tucanos, tem uma certeza: foi um erro fazer a campanha de 2020 sob o mote de comparação das gestões estadual e municipal. O governo de Firmino Filho versus a administração de Wellington Dias foi uma estrutura comparativa que não teve aderência por parte do eleitorado da capital, analisa hoje à coluna uma fonte da cúpula do PSDB. Para 2024, o caminho será outro, revela.
Eleitor: "Queremos paz!"
“Acreditamos que será uma eleição plebiscitária. Gestão atual contra o modelo de gestão do PSDB. Consciente ou inconscientemente, o eleitor quer segurança, tranquilidade e vai querer voltar com ‘os meninos do PSDB’”, explicou o tucano. Apesar do nome do ex-candidato a governador Luciano Nunes estar posto para demarcar posição, outros candidatos podem surgir.
Apoio branco, será?
Inclusive – e esse é o fato novo – os tucanos pensam num candidato a prefeitura de Teresina em aliança com MDB, PDT e até o PT. Essa aliança pode ser pública ou velada, ou seja, de "apoio branco". “Não vão faltar nomes e gente querendo se juntar conosco quando tivermos o candidato com viabilidade”, vaticinou o tucano, em reserva. Ele compara a estratégia tucana às campanhas presidenciais de Bolsonaro em 2018 e de Collor em 89. Saíram atrás e ao ganhar tração, levaram consigo as mais diversas alianças que queriam se unir aos vencedores, como já é praxe na política.
Esquece
A outra certeza dos tucanos é que o candidato do partido dificilmente será do Progressistas. Se para uma campanha estadual foi necessário fundir-se com o Progressistas em busca de palanque e capilaridade, em Teresina o PSDB acredita ser capaz se erguer uma campanha sozinhos, na expertise que já construíram no passado. Eles refutam a viabilidade de Joel Rodrigues e Bárbara do Firmino, nesse primeiro momento.
Alô, Enzo?
A coluna apurou que tucanos já procuram interlocução com o presidente da Câmara de Teresina, Enzo Samuel (PDT). O diálogo ainda não ocorreu. Mas pode acontecer.
Trago a solução
Ainda sobre o imbróglio PT e MDB na Assembleia Legislativa do Piauí, o deputado federal Merlong Solano (PT) sugere que seja feita eleição apenas para um biênio. Para o deputado, seria precipitado eleger desde já um nome para presidir o Legislativo estadual no biênio 2025/2026. Como há consenso sobre Franzé Silva no primeiro biênio, e o segundo biênio segue em disputa entre PT e MDB, o parlamentar acredita que seria uma forma de preservar a relação com o MDB. Essa parece ser a forma menos traumática de romper o acordo com o MDB sem precisar romper a aliança política de sustentação ao governo de Rafael Fonteles.
Clima
Sem os elementos necessários politicamente para um processo de impeachment, a coluna apurou que a Câmara de Teresina deve abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias do vice-prefeito Robert Rios a respeito de supostas irregularidades na área da saúde gestão de Dr.Pessoa. Um dos argumentos dos vereadores ouvidos pela coluna a esse favor é o fato de que o próprio Executivo criou uma comissão de âmbito interno para fazer uma auditoria na Fundação Municipal de Saúde. A Câmara não poderia se furtar do debate para não parecer omissa com a população. Já fonte privilegiada do Palácio da Cidade, acredita que os fatos apontados por Robert resultarão em multa por ações contábeis inadequadas, mas não ilegais.
Big Brother
O Palácio de Karnak monitora de perto a crise na Prefeitura de Teresina. O governador Rafael Fonteles, segundo fontes palacianas, esperava um fortalecimento do prefeito Dr.Pessoa para uma futura composição com o PT em 2024 - conforme já adiantado pela coluna. A crise política atual distancia essa possibilidade. Um afastamento de Pessoa, no entanto, fortaleceria adversários futuros e pretéritos de Rafael. A força do Karnak deve orientar sua base municipal na direção contrária a esse movimento.
Sem perdão
Fonte próxima ao prefeito Dr.Pessoa afirma considerar “impossível” qualquer retorno da relação de Pessoa com Robert Rios, mesmo com o vice-prefeito buscando eximir diretamente o prefeito das denúncias em sua gestão. Mágoas, hoje, insuperáveis. Já o deputado eleito Jeová Alencar (Republicanos), esteve durante a tarde de ontem com Pessoa. A conversa foi amena, e a portas fechadas. Jeová permanece na gestão.
Best friends
Lula e Wellington Dias se falam todos os dias, revela fonte próxima ao ministro piauiense. Por ligação ou mensagens no Whatsapp, Lula quer saber cada passo e ação desenvolvida no ministério do Desenvolvimento Social, o coração da sua gestão. Nos corredores dos Palácios em Brasília, nas falas de Lula – inclusive na agenda internacional - fica claro que a pasta é prioridade.
A foto do dia
Na sala da Liderança do PT na Câmara dos Deputados, registro feito pela coluna do retrato do presidente Lula (do mandato de 2003), vandalizado pelos participantes dos atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro. A Liderança do PT decidiu manter assim. É registro histórico.
A frase do dia
“O problema não é que os políticos não saibam o que fazer. O que eles não sabem é como se reeleger se fizerem o que precisa ser feito”, Jean-Pierre Jouyet (1954-), secretário-geral do gabinete de François Hollande, ex-presidente da França, em 2016.