Depois de declarações no debate de ontem da TV Cidade Verde com os candidatos a governador do Piauí, o deputado federal Assis Carvalho (PT) divulgou para a imprensa cópias de um documento da Polícia Federal sobre o incêndio na Secretaria da Saúde do Piauí (Sesapi), ocorrido em 2011. O relatório concluiu que não foram achadas provas de que o incêndio, que destruiu documentos que eram alvos de investigações, tenha sido criminoso.
No debate da TV Cidade Verde, o senador Wellington Dias (PT) questionou o governador Antônio José de Moraes Souza Filho - Zé Filho (PMDB) sobre as ações para combater a helicoverpa. Zé Filho admitiu desconhecer a praga, mas respondeu que "lagarta perigosa é quem toca fogo na secretaria de saúde". Em uma resposta seguinte, o pmdebista questionou Dias sobre a presença de Assis Carvalho, ex-secretário de saúde, em sua coligação.
Na tarde de hoje (27), a assessoria do parlamentar divulgou as oito páginas do inquérito, concluído há quase um ano.
O incêndio no prédio da Secretaria de Saúde ocorreu em outubro de 2011, quando o inquérito na Polícia Federal foi instaurado. O documento enviado pelo deputado petista para a imprensa data de 9 de setembro de 2013 e é assinado pelo delegado Reinaldo Camelo de Carvalho.
O Cidadeverde.com tentou contato com a Polícia Federal, mas foi informado que o delegado que assina o relatório está viajando e só ele poderia falar sobre o caso.
A cópia do documento traz grifos que apontam para trechos importantes, como o que cita o laudo que descartou ação criminosa "por não haver vestígios de utilização de substâncias acelerantes". O mesmo laudo classifica o incêndio como isocombustão, quando tudo é consumido "de forma severa e homogênea, dificultando a revelação dos focos de incêndio".
Um livro de registro de visitantes foi apreendido e, segundo o relatório, "não se verificou nada de relevante para as investigações". Além de investigar quem entrou na Sesapi no dia do incidente e os carros que lá estacionaram, o inquérito frisou que o local do incêndio ficou por mais de dois meses isolado para o trabalho da perícia, que só ocorreu após o escoramento da estrutura, que poderia desabar.
No relatório da investigação, é possível ver também que auditores da Controladoria Geral do Estado confirmaram que existiam auditorias de licitações da Secretaria de Saúde em andamento e mantidas sob sigilo por segredo de Justiça. Os profissionais relataram que a apuração dos casos ficou prejudicada com a perda de documentos da Sesapi consumidos pelo fogo.
Fábio Lima
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