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Delegacias abrigam 177 presos da justiça em todo Piauí

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Os recorrentes problemas na Central de Flagrantes de Parnaíba que forçaram a justiça a retirar 10 dos 52 homens encarcerados em um espaço que mal cabem 10 fez acender um assunto corriqueiro para os que trabalham na segurança pública: a superlotação nas delegacias, que não são obrigadas a manter os presos. O delegado chefe da Gerência de Policiamento do Interior, Willame Morais, afirma que a situação hoje é de alerta em todo o Piauí, que abriga 177 detentos da Justiça em delegacias sem estrutura física e de pessoal para isso.

De acordo com informações não oficiais coletadas pela gerência de policiamento da Polícia Civil piauiense, até a manhã desta sexta-feira, haviam 177 homens mantidos em delegacias, sendo que a maioria nas cidades de Parnaíba, com 45 [na terça eram 42]; em Valença, com 21, Piripiri, Água Branca e Corrente, com 17 cada; bem como Bom Jesus, que abriga 13.

Para o delegado, com a falta de preparo dos policiais para lidarem com os presos e a estrutura das delegacias que não é adaptada para abrigar pessoas por muito tempo, a situação hoje corresponde a um grande risco para todos. “É um número expressivo. Um número enorme e coloca em risco a segurança do preso, que está custodiado pela polícia, coloca em risco os policiais que fazem a guarnição dos presos, coloca em risco a população que procura um Distrito Policial para se socorrer contra um crime que contra ela foi cometido”, lamentou o delegado em entrevista ao Jornal do Piauí.

Foto: Portal do Catita

Presos da Central de Flagrantes de Parnaíba sendo transferidos para unidade prisional na última terça-feira 

Com o caos nas delegacias, o delegado Willame Morais afirma já informou aos delegados do interior que devem entrar em contato com o Ministério Público local informando a situação para que uma providência seja tomada através da justiça. “Eu mesmo já procurei um procurador geral de justiça aqui relatando a situação. Estou entrando agora com um ofício solicitando uma medida oficial por parte do Ministério Público que é o responsável de fiscalizar a lei. Para esse tipo de ato, o preso ficar um dia ou dois dias é até admissível, mas não podemos admitir é que 177 presos estejam e delegacia de polícia no interior do estado”, relatou, lembrando que em alguns municípios já há decisão da justiça para que os presos sejam transferidos para unidades prisionais.

Diego Iglesias
[email protected]

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