Operação cumpre oito mandados de prisão preventiva no Sul do Piauí

Atualizada às 11h15

A advogada Lina Brandão, que defende o prefeito de Redenção do Gurguéia, falou à imprensa, nesta quinta-feira (14), que Delano Parente (PP) não irá se pronunciar sobre as acusações de fraude nas licitações realizadas pela prefeitura do município. Ela falou apenas sobre a prisão em flagrante do gestor, por porte ilegal de arma de fogo.

Lina Brandão declarou que já foi arbitrada fiança, no valor de um salário mínimo (R$ 880), e que o prefeito Delano já foi liberado quanto ao revolver calibre 38 encontrado em seu apartamento em Teresina. "Essa é uma arma antiga, de família, que estava agora com o prefeito. A situação do porte já está sendo regularizada. A respeito das outras acusações, preferimos não nos manifestar no momento. Vamos deixar as investigações correrem", disse a advogada.

Mas, contra o prefeito também há um mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça. A advogada Lina acrescentou que o prefeito cumprirá os 30 dias de prisão preventiva em uma cela do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), não na Casa de Custódia, como havia dito o representante do Ministério Público.

Atualizada às 9h31

O procurador-geral de Justiça, Cleandro Moura, informou que no momento da prisão o prefeito de Redenção do Gurguéia estava com uma arma de fogo e por isso foi encaminhado à Central de Flagrantes. Segundo ele, Delano Parente é considerado o líder da organização criminosa.

"Estávamos apurando o caso há sete meses após pedido da promotora de Redenção do Gurguéia que fez a solicitação dessa investigação. Depois da quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário foram constatadas fraudes e demais crimes. Pelo o que apuramos até agora, ele era o líder dessa organização criminosa e vai ser ouvido ainda hoje no Gaeco", disse Moura.

O procurador detalhou o esquema que consistia basicamente em fraudes de licitações utilizando empresas de fachada e fazendo emissão de notas fiscais frias. Ele disse que as áreas de atuação fraudadas foram construção civil e fornecimento de alimentos. As quantias desviadas ainda não foram contabilizadas totalmente, mas o procurador estima que foram milhões de reais.

Foto: Wilson Filho/Cidadeverde.com

"Essas empresas que constavam nas licitações não passavam de quartinhos na cidade. Diversos crimes serão apurados e mais de 40 pessoas foram investigadas. Foram cumpridas 30 ordens judiciais, sendo oito mandados de prisão preventiva e oito temporária, três conduções coercitivas e 11 de busca e apreensão", disse Cleandro Moura.

Delano Parente foi preso preventivamente e será ouvido na Central de Flagrantes, em seguida no Gaeco e depois será transferido para a Casa de Custódia de Teresina.

Matéria original postada às 7h20

O prefeito de Redenção de Gurguéia, Delano Parente (PP), foi preso na manhã desta quinta-feira (14) durante mega operação da Polícia. O prefeito é acusado de fraude e corrupção em processo de licitação.

Além de Delano Parente- acusado de fraude e corrupção em processo de licitação na cidade- foram presos seu pai e empresário do ramo de construção, Audemes de Sousa Nunes ( atual secretário de infraestrutura) e Romário Alves de Figueiredo (presidente da comissão de licitação nos anos de 2013-2016) e o vereador Francisco das Chagas Macedo de Andrade (PC do B), conhecido como Chiquinho de Cota.

A operação cumpre 16 mandados de prisões em Teresina e Sul do Estado. As prisões estão sendo coordenadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual.

Participam da operação, as Policiais Civil, Militar, Rodoviário Federal, e funcionários do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e CGU (Controladoria Geral da União). Ao todo estão sendo cumpridos 30 ordens judiciais, sendo oito mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária, três mandados de condução coercitiva e 11 mandados de busca e apreensão.

A operação visa combater fraudes em licitações. As investigações apontaram a existência de fortes indícios de fraudes em licitação, com superfaturamento de preços, emissão de notas fiscais frias, utilização de empresas de fachadas e lavagem de capitais.

Os mandados judiciais estão sendo cumpridos em Teresina e no Sul do Piauí.

"Há ordem judicial a ser cumprida também contra vereador e não somente em Redenção do Gurguéia, mas em Bom Jesus e outros municípios. Os investigados que tiverem foro privilegiado e curso superior serão trazidos para a Capital. Os demais ficarão em presídios no interior do Estado", disse o secretário de Segurança, Fábio Abreu.

A operação ainda está em andamento e mais investigados podem ser presos.

Neste momento, a promotora de Justiça Gilvânia Alves Viana, que atua na cidade de Corrente, está na prefeitura de Redenção do Gurguéia apreendendo documentos e computadores em cumprimento a ordem judicial.

As prisões foram autorizadas pelo desembargador Pedro de Alcântara Macêdo.