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Hector Babenco: 5 filmes para relembrar a carreira do cineasta

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O cineasta Hector Babenco morreu após parada cardíaca na noite desta quarta-feira (13) em São Paulo. Nascido na Argentina, mas naturalizado brasileiro, Babenco tinha 70 anos e foi indicado ao Oscar de melhor diretor pelo filme "O beijo da mulher aranha", de 1985. Também dirigiu clássicos como "Pixote" (1982) e "Carandiru" (2003).

Relembre algumas das principais obras abaixo:

‘Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia’ (1977)


Babenco leva para as telonas a história de Lúcio Flavo (Reginaldo Faria), um bandido que ganhou notoriedade nos anos 1970 pelos roubos a banco e as fugas espetaculares. Seis milhões de pessoas foram aos cinemas brasileiros para o ver o longa, que ainda tinha em seu elenco Ana Maria de Magalhães, Ivan Cândido, Milton Gonçalves e Grande Otelo.

Além de receber quatro indicações no Festival de Gramado, “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia” foi eleito o melhor filme pelo júri popular da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1977.

Baseado na obra homônima de José Louzeiro, “Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia” marca o início da parceria entre o cineasta e o escritor e roteirista. Roteirista do filme, Louzeiro ainda escreveu o livro “Pixote -  A Lei do Mais Franco”, levado para as telonas em 1981 por Babenco.

'O Beijo da Mulher-Aranha' (1985)


Um dos principais trabalhos de Babenco, "O beijo da Mulher-Aranha" (1985) foi o único pelo qual o cineasta foi indicado ao Oscar de melhor diretor. William Hurt recebeu o Oscar de melhor ator Sônia Braga e Raul Julia (“Família Adams”) também estavam no elenco. O filme também concorreu nas categorias de roteiro adaptado e de melhor filme.

Baseado no livro homônimo de Manuel Puig, o longa se passa num presídio de um país latino-americano. Na mesma cela estão Valentín Arrengui (Raul Julia), um militante de esquerda, e Luís Molina (William Hurt) um homossexual condenado por “corromper menores”. Ao longa das conversas, ora intimistas, ora politicamente engajadas, os dois vão desenvolvendo uma amizade.

‘Carandiru’ (2003)


Outro filme baseado em uma obra literária “Carandiru” é inspirado em “Estação Carandiru”, do médico Drauzio Varella, que trabalhava no presídio durante o massacre ocorrido em 2 de outubro de 1992. Nesse dia, polícia invadiu a casa de detenção localizada em São Paulo para conter uma rebelião. Matou 111 presos na ação.

O drama narra o cotidiano da prisão, como a atuação de Varella (Luis Carlos Vasconcelos) em uma campanha de prevenção à Aids. O elenco é recheado de estrelas, como Rodrigo Santoro, Milton Gonçalves, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Caio Blat e Milhem Cortaz. E conta com as participações especiais de Rita Cadillac e o rapper Sabotage.

A história do massacre levou dez milhões de expectadores aos cinemas do Brasil e fez o filme concorrer à Palma de Ouro em Cannes.

'Pixote -  A Lei do Mais Franco' (1981)


"Pixote" conta a história do garoto que faz parte de um grupo de crianças de rua que, depois de sofrer muito num reformatório, faz aliança com uma prostituta, papel de Marília Pera. “Pixote” foi indicado ao Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro.
Na vida real, "Pixote" acabou rendendo uma história trágica. O ator Fernando Ramos da Silva, que interpreta protagonista do filme, acabou não seguindo carreira. Sete anos após o lançamento do filme, ele foi assassinado por policiais em São Paulo.

José Louzeiro, autor do livro que inspirou “Pixote”, voltou ao assunto em “Quem matou Pixote?”, para contar a trajetória de abandono e violência policial e social que permeou a vida de Fernando.

'Meu Amigo Hindu' (2015)


Babenco havia realizado um transplante de medula nos anos 1990 para tratar um linfoma linfático, do qual se curou. Da experiência nasceu o filme autobiográfico "Meu Amigo Hindu", sua última obra cinematográfica, lançada em 2015.

A trama mostra Diego (Willem Dafoe), um diretor com câncer em estado terminal que passa por uma crise. Quando confrontado pela Morte (Selton Mello), Diego expressa apenas um desejo: realizar mais um filme.

As coincidências entre a história do filme e da vida de Babenco não se resumem apenas ao enredo do filme. Diego, assim como Babenco, foi se tratar nos Estados Unidos. É daí que surge o título do longa.

Ele é uma referência a um garoto indiano, que passa pelos mesmos procedimentos que Diego, nos EUA. Juntos, os dois encontram uma saída lúdica para enfrentar a doença.

Fonte: G1

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