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Risco de violência em casa é 4 vezes maior que no trânsito para a mulher no Piauí

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O risco de uma mulher sofrer violência dentro de casa é quatro vezes maior que o de acontecer um acidente de trânsito. A estatística foi divulgada nesta segunda-feira (24) durante solenidade no Palácio de Karnak. O dados é relacionado a Teresina, capital do Estado. Outro dado que impressionou as entidades é que 28 mulheres foram mortas no Piauí somente este ano. Entre os anos de 2016 e 2017 as Delegacias da Mulher de Teresina receberam quase seis mil atendimentos ligados à violência contra a mulher.

Os dados são do Núcleo Central de Estatística e Análise Criminal (Nuceac) da Secretaria de Segurança da Pública e foram apresentados nesta segunda-feira(24) em reunião da Câmara Técnica de Política de Enfrentamento contra a Mulher no Palácio de Karnak. 

O analista em criminal da Polícia Civil e coordenador do Nuceac, delegado João Marcelo Brasileiro, esclareceu que os registros relacionados à violência contra a mulher estão crescendo no Estado e que a procura de mulheres para denunciar os casos nas delegacias também aumentou. 

As aferições sobre o risco de uma mulher sofrer violência doméstica, -que são maiores que sofrer acidente de trânsito-, foram contabilizados através de um comparativo feito entre os números de boletins de ocorrência das especializadas com o número de boletins feitos sobre o gênero na delegacia de Trânsito na capital piauiense. 

Além disso, os registros de violência acontecem, em maior número, no bairros Angelim, na zona sul. Depois no Itararé, na zona norte, e em terceiro lugar na Santa Maria da Codipi, zona norte. 

Foi possível perceber uma mudança quanto a concentrção de registros desse tipo de violência, conforme informou o delegado; na primeira semana de 2016, o bairro Mocambinho figurava como o que tinha maior concentração de casos, e na primeira semana de 2017, o Buenos Aires, na zona Norte, passou a concentrar os maiores índices de violência contra mulheres. Depois está o Vale Quem Tem, zona Leste. 

Em 2016, a Delegacia da Mulher da zona Norte foi a que recebeu mais atendimentos, representando 30% dos registros. Depois a Delegacia da zona Sudeste, com 29%, seguinda da Delegacia do Centro, com 27% e por fim a da zona Sul, 14%.

Quanto a faixa etária, a que tem maiores registros é a que compreende as idades de 30 a 34 anos, representando 21% dos casos. Logo depois está a faixa etária de 25 a 29 anos, com 17% dos casos. Em seguida a de 18 a 24 anos, com 17%.

Assassinatos

Em uma apresentação das estatísticas, João Marcelo informou que os casos de assassinatos e de vitimas de crimes de violência letais intencionais (VCLI) diminuíram ao longo de quatro anos. 

“Em 2014, foram 70, em 2015 foram 67, no ano passado foram 54 e em 2017, até o mês de junho foram 28. Isso, em todo o Estado. Em Teresina, em 2014 foram 32 casos, em 2015 foram 25, já no ano passado caiu para 13 e este ano registramos até junho, já são 15 casos. A concentração dos assassinatos é maior em Teresina”, destaca o delegado. 

Ele explicou ainda que os dados são referentes não só a feminicídio, mas a todos os tipos de assassinatos de mulheres, incluindo homicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte. João Marcelo deixa claro que o diagnóstico sobre os assassinatos são resultados provisórios de uma pesquisa que está em andamento. 

Ações

A governadora em exercício, Margarete Coelho, disse que a reunião com os órgãos e entidades tem o intuito de rearticular a Câmara Técnica Estadual de Monitoramento do Pacto de Enfrentamento a Violência contra as Mulheres. 

"Com a compilação desses dados, percebemos que a Câmara estava precisando de mais atuação, então decidimos fazer essa reunião para fortalecer essa rede e assim, conseguirmos a partir desses dados que foram disponibilizados, pensar e criar políticas públicas para combater mais efizcamente a violência contra a mulher". 

Estavam presentes representantes da Secretaria de Segurança do Estado, Secretaria de Governo, Coordenadoria Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres, além de outras entidades ligadas aos direitos das mulheres.


Lyza Freitas
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