O bairro Promorar, zona Sul de Teresina, vem se destacando nos últimos dias como a região de maior número de homicídios da cidade. Foram seis mortes registradas em apenas 18 dias.
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As polícias Militar e Civil já invadiram o Promorar em outras operações, mas após a morte do menino Philipe Hatus de Lima Guerra, 6 anos, vítima de uma bala perdida, o secretário de Segurança Pública do Piauí, Robert Rios Magalhães, promete intensificar a ação e pede desculpas antecipadas à sociedade pelos transtornos que estão por vir.
"Vamos fazer uma reunião para escolher o interventor que atuará no bairro. A ação vai causar embaraços. Vamos direcionar o Serviço de Inteligência da PM todo para o Promorar, assim como a Delegacia de Entorpecentes que será provisoriamente deslocada para lá. Faremos patrulhas constantes de carros e motos e o bairro terá uma Central de Flagrantes", explicou o secretário.
Segundo o gestor, a ocupação não terá prazo para terminar e contará com o apoio da Prefeitura para fiscalizar a documentação de bares, baladas e outros estabelecimentos. As informações foram confirmadas em entrevista ao Notícia da Manhã desta quinta-feira (20).
Prender não basta
Robert Rios se mostrou inconformado com o fato de que um dos acusados da morte de Philipe já foi preso outras vezes, inclusive por outros homicídios, mas foi liberado, por ser menor de idade.
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"Temos consciência que só prender não basta. Se bastasse não teríamos mais crimes porque a polícia prende todo dia. Esses bandidos foram presos antes, dezenas de vezes. Por que estão soltos? Quem soltou? É preciso cobrar do braço que solta", destacou.
Críticas ao ECA
O secretário enfatizou que o grande problema do país como um todo é a impunidade de adolescentes e caracterizou o Brasil como "uma fábrica de monstros", por conta das normas estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
"O Brasil e o Estatuto da Criança e do Adolescente são uma fábrica de monstros, menores de idade que praticam todo tipo de crime, sem punição. Estão engrossando o mundo do crime, destroem escolas, ruas, assaltam todo dia. Estamos estregues a essa barbárie e precisamos de ferramentas jurídicas para nos proteger. É só olhar para o país antes e depois do ECA. Os menores passaram a realizar crimes sob proteção desse estatuto. 84% dos crimes do Brasil são praticados por menores e contra menores", declarou.
Jordana Cury