A Prefeitura de Teresina, que havia proibido a entrada de pessoas no lixão da capital, para dar início a transformação do local em aterro sanitário, voltou atrás e permitiu que a atividade continuasse até a inauguração da Unidade de Triagem voltada a coleta seletiva. Em entrevista para o Jornal do Piauí desta terça-feira (05), o secretário executivo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), Vicente Moreira, afirmou que a demora para a entrega se deve a falta do registro da cooperativa dos catadores e que 90 dias é o prazo para que a situação seja resolvida.
A medida de proibir a coleta de resíduos recicláveis no lixão de Teresina foi uma das ações do Município para se adequar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que implica no fechamento dos depósitos de lixo a céu aberto. Para não prejudicar as pessoas que ganham dinheiro com a atividade, a Prefeitura de Teresina construiu uma Unidade de Triagem, que vai trabalhar com a coleta seletiva.
"Tiramos os catadores de lá, mas essa é uma situação social. Eles sobrevivem da retirada desses materiais, então fizemos um acordo que até o funcionamento da Unidade de Triagem vamos permitir esse tipo de ação dentro do aterro, mas após a entrega não vai ser mais permitido a catação de resíduos recicláveis", informou Vicente Moreira.
A obra já está concluída e a Unidade já está devidamente equipada, no entanto, os catadores ainda estão trabalhando de forma insalubre no lixão de Teresina. "Só podemos entregar a Unidade para uma cooperativa de catadores e o registro dessa associação ainda não foi oficializado", explicou o secretário executivo.
De acordo com Vicente Moreira, o prazo para entrega da Unidade foi decidido em conjunto com o Ministério Público. "No mais tardar em 90 dias isso vai ser finalizado", garantiu o gestor.
Um próximo problema a ser enfrentado pelos catadores é o da falta de vagas na Unidade de Triagem, já que o galpão construído para a coleta seletiva tem capacidade apenas para 30 pessoas. No entanto, existem cerca de 120 catadores trabalhando no lixão de Teresina atualmente.
"Por isso estamos concedendo não só o espaço do galpão, como também uma área de um hectare, para a construção de outras unidades", concluiu Vicente Moreira.
Lucas Marreiros (Especial para o Cidadeverde.com)
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