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COVID-19: o novo epicentro

A pandemia da COVID-19 provocou um estrago grande no mundo inteiro, tanto pelo número de mortos e doentes quanto pelos prejuízos econômicos. Lamentáveis as cenas de cidades geralmente abarrotadas de turistas como Roma e Paris, atualmente com lugares históricos sem movimentação, dada necessidade de isolamento social.

Cientistas de áreas ligadas à qualidade ambiental, entretanto, comentam que a redução da pressão provocada pelo fluxo de visitantes em determinadas cidades turísticas, proporcionou a melhoria da qualidade do ar e da água. De fato, tem sido frequente o anúncio de que os canais da bela cidade italiana de Veneza, por exemplo, agora apresentam águas transparentes, com o retorno da vida marinha, a presença de alguns animais passeando pelos canais, em vídeos publicados nas redes sociais pelos venezianos.

O epicentro da pandemia se deslocou da Ásia para Europa, da Europa para os EUA e dos EUA agora, para o Brasil. Estamos no olho do furacão, e já somos o segundo país na lista dos que tem mais doentes (com base em números oficiais, porque particularmente guardo ressalvas sobre o número real de doentes na China, que levou muito tempo para sair da fase de negação do problema).

Poderíamos estar enfrentando muito bem o problema todo se não fosse a qualidade dos nossos políticos e o agravamento da situação que trazemos desde a eleição de 2018, onde o país ficou dividido. Depois de uma exposição visceral da corrupção no país, com desvios astronômicos e arrombamento de estatais, fundos de pensão e desvios de recursos de obras para a realização de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada com intervalo de dois anos de um para o outro, a conta chegou mais claramente, mostrada por um organismo microscópico. Os desvios e os erros de planejamento atrapalharam a construção de uma rede de hospitais mais ampla, e que agora vem fazendo mais falta, dada a necessidade de combater uma doença nova que mata os pacientes afogados no seco, com perda da capacidade pulmonar provocada por coágulos.

No olho do furacão, a opinião de quem se baseia na ciência vem sendo rechaçada com veemência nas redes sociais, espaço onde os estúpidos, democraticamente, também têm voz. Os que acreditam que a Terra é plana e acreditam que as vacinas aumentaram os casos de autismo, agora defendem o uso de uma droga que aparentemente não tem qualquer efeito contra a virose. Cloroquina e hidroxicloroquina, até que se prove o contrário, não salvam e nem previnem a COVID-19, como foi bem argumentada pela Dra. Natália Pasternak em uma entrevista na rede CNN. Veja o vídeo:

O grande problema é que o séquito de seguidores do grupo que hoje ocupa o comando do país não compreende algumas coisas que são basais em Ciência, como a experimentação. Fazem até comparações esdrúxulas como a história do avião que está caindo e tem paraquedas não testados pelo INMETRO. Seria fantástico que tivéssemos uma nação onde os níveis de educação fossem como os dos países nórdicos. Bastava pedir para pessoas saírem com máscaras e tomarem alguns cuidados básicos de higiene. Por outro lado, pedir para as pessoas permanecerem em casa, quando não tem casa e nem o que comer, está insustentável.

A Universidade de Oxford convocou esta semana um grupo de 10 mil voluntários para realização dos primeiros testes de uma vacina contra a COVID-19. De olho na possibilidade de deixar esta quarentena, fico torcendo para que os pesquisadores de Oxford consigam sucesso nesta tentativa de imunização. Estamos precisando de algo palpável contra o SARS-Cov2, não de mais crise. A hidroxicloroquina mostrou-se um excelente meio de derrubar ministros da Saúde e de acelerar animosidades entre pessoas que ficaram de lados diferentes nas últimas eleições.

Boa semana para todos (as) e até o próximo post.

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