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Sistema híbrido: funciona?

Desde que a pandemia de COVID-19 se instalou no Brasil, as escolas, faculdades e universidades tiveram suas atividades paralisadas. As faculdades privadas, mais ágeis, buscaram imediatamente treinar seus professores e passaram a oferecer aos seus estudantes aulas online, utilizando os mais diversos tipos de plataforma. As universidades públicas reagiram mais rapidamente no sistema de pós-graduação, que praticamente não chegou a parar, mas demorou demais para achar um meio de atender aos seus estudantes da graduação. Algumas instituições, como a Universidade Estadual do Piauí, demoraram muito para reagir. A UESPI levou dois meses só para instalar seu Comitê Gestor de Crise para a retomada das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

No segmento da educação básica, as escolas privadas, a exemplo das faculdades, procuraram rapidamente se adequar ao ensino remoto e proporcionaram para as crianças um novo meio de aprender, usando estratégias variadas como aulas remotas ao vivo ou assíncronas e, por vezes, marcando atividades presenciais, guardando toda a segurança necessária, para manter o vínculo das crianças com o ambiente escolar. No setor público, as crianças já não tiveram a mesma sorte. Embora o sistema estadual de ensino tenha prontamente recebido por parte do Conselho Estadual de Educação toda a regulamentação, as reações do setor público foram bem mais lentas do que no setor privado. Todavia, foram feitos esforços para integração dos estudantes à nova realidade, incluindo a distribuição de material didático para os estudantes e a transmissão de aulas pela internet e pela TV, a partir de acordos firmados com canais digitas da TV aberta.

Para 2021, o governo do Piauí autorizou, em 09 de janeiro, o protocolo para o desenvolvimento de atividades híbridas. Em resumo, as escolas dividirão seus estudantes em dois grupos: a) o grupo de estudantes que optarem por atividades 100% remotas e; b) o grupo que terá as atividades híbridas, ou seja, metade virá a escola assistir as atividades presenciais, enquanto metade assistirá de casa. Este grupo se revezará vindo a escola ou ficando em casa de modo alternado. Algumas escolas, além de transmitir conteúdos ao vivo também disponibilizarão as aulas gravadas, o que permitirá que os estudantes possam rever quando sentirem necessidade. A educação infantil funcionará 100% presencial, com todos os cuidados para manutenção do distanciamento entre as crianças, treinamento dos professores e funcionários e uma série de medidas que nos fazem acreditar que funcionará muito bem. As crianças são menos suscetíveis a ação do SARS-CoV2, mas de qualquer forma os pais poderão optar por continuar com atividades remotas, se assim o preferirem.

Será que o sistema híbrido irá funcionar? Há fortes indícios de que sim. Há um esforço de todos os entes para que as escolas em 2021 funcionem, ainda que de forma incompleta, pois substituir bruscamente as atividades inerentes ao ambiente de aprendizado da escola não é fácil, ainda que o sistema remoto tenha sido pensado, planejado e bem executado. Aliás não tem sido fácil para ninguém.

Enquanto a vacina não chegar para todos e não cumprir a missão de imunizar as pessoas, pelo menos destas primeiras cepas do vírus, ainda vamos ter que contornar a vida “normal” com estas adaptações. O principal é que o segmento mais importante para emancipação das pessoas – a educação – estará de volta com a força total que lhe é permitida para o momento.

Boa semana para todos e todas.

 

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