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As novas variantes do SARS-CoV2

Tem sido dúvida recorrente e termina sendo uma preocupação a mais para as pessoas que temem os efeitos da COVID-19 o aparecimento de novas variantes para o vírus SARS-CoV2. Hoje resolvi explicar um pouco sobre isso, e responderei perguntas que já me foram feitas por pessoas que acham que sei alguma coisa sobre o assunto. Vamos lá!

1) O que são estas tais variantes do vírus da COVID-19?

Os organismos detentores de material genético estão sujeitos a um fenômeno denominado Mutação. As mutações são eventos aleatórios que, por vezes, alteram a sequência do material genético dos organismos. O SARS-CoV 2 é um vírus que possui como material genético o RNA, um ácido nucleico formado por uma só fita, o que torna muito fácil a ocorrência de mudanças ou mutações. As novas variantes do vírus são resultantes das mutações no material genético original.

2) Quais são as causas destas mutações?

Estas mutações que ocorrem no SARS-CoV2, em geral, ocorrem por mecanismos aleatórios. O ritual de reprodução viral que o faz depender de uma célula que o hospede exerce uma influência sobre a montagem e a desmontagem do seu material genético. Nesta coisa de montar e desmontar, ele pode formar uma nova sequência, dando origem a um novo material, formando uma variante do vírus original.

 

3) Estas variantes novas são mais perigosas do que o vírus original?

Não dá para garantir que sejam mais perigosas. Dá para garantir que também são elegíveis pela seleção natural para continuar atuando sobre os hospedeiros, ou seja, contaminando-os e desenvolvendo os sintomas da doença. Na minha opinião pode até ser que as novas variantes sejam menos agressivas, visto que, na relação entre um parasita e seu hospedeiro, a morte do hospedeiro por ação do parasita bloqueia o ciclo de sobrevivência do parasita. Assim, novas variantes podem ser mais infectantes, mas creio que não sejam mais perigosas, por uma lógica coevolutiva.

 

4) A vacina serve também para as novas variantes?

Se a nova variante modificar seu material genético de modo mais discreto, é possível que a mesma vacina consiga imunizar o hospedeiro de modo bem eficiente. Se a nova variante apresentar diferenças significativas no envelope lipídico e nas espículas proteicas que o constituem (duplo envelope lipídico que forma o “corpo do vírus”), pode ser que o efeito de imunização seja menor.

 

5) As vacinas podem ser modificadas para imunizar contra as novas variantes?

Isso é totalmente possível e a ciência trabalha permanentemente para isso no caso dos vírus que sofrem muitas mutações como o vírus da Influenza. Por isso precisamos nos vacinar anualmente contra esta virose. Certamente iremos ter que nos vacinar durante muitos anos contra a COVID-19 e suas sucedâneas.

Ficamos por aqui nestas explicações. Até a próxima.

Boa semana para todos(as).

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