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B34.2

De 2019 para cá a humanidade toda pegou um grande solavanco causado por um vírus, até então desconhecido, com a origem vinculada a animais nativos da China (embora não faltem teorias da conspiração de que pode ter sido um vírus manipulado pelo homem que tenha “fugido” de um laboratório na cidade de Wuhan e maltratado a humanidade).

Pior do que a doença, que tem ceifado muitas vidas (neste momento achei que 219 milhões de pessoas já contraíram a doença no mundo inteiro e mais de 4,5 milhões foram vitimadas) são as incertezas, especialmente para quem vive no Brasil. Nosso país que é conhecido no mundo inteiro como um exemplo na vacinação de diferentes enfermidades (foi uma das primeiras nações a erradicar a poliomielite por meio da adoção de vacinas), de repente, se viu imerso em um negacionismo de viés político, muitas vezes travestido em atitudes libertárias, mas cercado de uma falta imperativa de bom senso.

A insegurança sanitária foi reforçada por líderes que se digladiam: uns negando a doença (inicialmente), depois recomendando coquetéis de placebos como medida de prevenção; outros aproveitando para tirar proveito do erário, dada situação de calamidade e todos os atores contaminados com uma lama covidiana bem tupiniquim. Em nenhum lugar do mundo a situação ficou crítica por tanto tempo.

As incertezas sanitárias conduziram a decisões erradas sob o ponto de vista econômico e quem mais sofreu neste cenário foi a educação. Estamos com uma geração de infantes com deficiências na alfabetização, porque as soluções de ensino híbrido não atenderam a todos os públicos. No ensino superior, os estudantes e professores estão no salve-se quem puder. Os mais novos precisarão de anos de reforço e programas específicos para tentar minimizar os impactos de tanto tempo sem aula nos moldes presenciais, tão necessário para formação dos mais jovens. Praticamente todos os setores foram liberados com protocolos. Apenas os gestores públicos das escolas não encontram protocolos seguros para garantir aos professores, servidores e estudantes formas seguras de retornar às atividades.

Esta semana chegou a imprensa que uma pesquisa conduzida por um grande hospital da região sudeste do Brasil ocultou mortes de pacientes que eram tratados com drogas inócuas. Seria interessante que as pessoas que gravam áudios e distribuem pelas redes sociais, alimentando Fake News pusessem a mão sobre a consciência e parasse de alimentar tanta mentira. O pior do Brasil é ter uma massa considerável de pessoas que preferem acreditar em um áudio gravado por “Doutor Não Sei lá o que”, médico virologista do Hospital Albert Aintein (sic) (foi exatamente assim que estava gravado o áudio que recebi de um incauto) do parar para ler fontes seguras e recordar que, há uns dez anos atrás o Brasil batia recordes com vacinação em massa. Por que agora as vacinas não fazem mais efeito?

Não discordo quando dizem que as vacinas não foram tão testadas. De fato, a necessidade urgente em ter a proteção subtraiu tempo do processo. Nem tampouco descarto a eficiência comprometida, ou o medo dos novos métodos de fabricação (por incrível que pareça a vacina com menor eficiência usada no Brasil é que adota o método tradicional de produção de vacinas). Mas são notórios os resultados de redução de doentes diante da eficácia das vacinas e da redução da circulação dos vírus.

Reduzir a circulação dos vírus vai fazer reduzir o processo de mutação que gera novas cepas. Variantes mais infecciosas serão menos produzidas se o vírus diminuir sua circulação. Estou torcendo para chegarmos no tempo que apenas os atestados médicos de afastamento temporário trarão o CID 10 de B34.2 (o código para doença causada por coronavírus, presentes nos documentos médicos).

Boa semana para todos (as).

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