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O olhar da Ciência para 2022 – Parte 1

De 2020 para cá a sociedade reconheceu duas verdades absolutas: 1) a ciência é imprescindível e; 2) tem muita gente, espalhada pelo mundo, que não sabe ainda o significado do que é imprescindível. Reconhecendo estes dois pontos é importante fixar os olhos nos problemas que vem pela frente.

A pandemia de COVID-19 já vai pela quarta onda em lugares do mundo e sinalizou que não vai nos abandonar tão cedo. A princípio porque, apesar dos esforços incansáveis da ciência, o mundo é muito desigual e é lotado de pessoas mal-intencionadas. Foi assim no princípio da pandemia, na qual muitos tomadores de decisão se armaram para proteger a maioria, alguns foram incompreendidos, muitos se aproveitaram da situação e alguns até hoje não entenderam o que aconteceu. Os países mais pobres têm dificuldade em imunizar suas populações e a baixa imunidade é uma porta de entrada muito eficiente nos processos mutacionais do vírus que continuam acontecendo, para desgosto dos que achavam que era só uma “gripezinha”. Isso porque o vírus tem sempre a chance de mudar – para melhor ou para pior – quando contamina alguém. Assim, sem precisar consultar qualquer oráculo (nem mesmo o Google), sou capaz de afirmar que as novas variantes vão surgir nos locais onde as pessoas não tomaram vacinas, ou porque a economia não as favoreceu ou porque a ignorância as deixou inertes. O vírus precisa apenas de um organismo saudável para infectar, se reproduzir, se modificar. O resto a natureza dá conta. Isso se chama Seleção Natural.

No próximo texto vou reproduzir algumas das perspectivas traçadas pela revista Science que enxerga muito mais do que nós porque é um farol de conhecimento científico mundial. Vejamos alguns tópicos a seguir:

Vacina contra malária chega à África

Em 2022, pela primeira vez, os países da África poderão usar uma vacina para proteger as crianças contra a malária, que ainda mata mais de 260.000 crianças com menos de 5 anos a cada ano. A vacina RTS, S, em desenvolvimento há 3 décadas, finalmente recebeu a aprovação da Organização Mundial de Saúde em outubro e, em dezembro, a Gavi, a Vaccine Alliance, disse que gastaria mais de US $ 155 milhões comprando a vacina e apoiando seu lançamento até 2025 A vacina oferece proteção imperfeita, reduzindo as taxas de hospitalização por malária grave em cerca de 30%. Mas nos testes iniciais, ele atingiu muitas crianças que não dormem sob os mosquiteiros e são particularmente vulneráveis. Outro estudo demonstrou que é especialmente eficaz quando combinado com medicação antimalária administrada profilaticamente durante a estação chuvosa de alto risco. Os pesquisadores e defensores da saúde pública rastrearão cuidadosamente onde a vacina é usada e que impacto ela tem na morbidade e mortalidade da malária. Os cientistas ainda não desenvolveram vacinas contra as diferentes espécies de parasitas que causam a malária fora da África Subsaariana.

China se move para permitir safras transgênicas

A China provavelmente aprovará o primeiro plantio comercial de milho e soja geneticamente modificados (GM), sob as revisões propostas para testes de campo e requisitos de segurança revelados em novembro. As sementes de milho GM podem estar no mercado no final de 2022. Atualmente, o mamão é a única planta GM para consumo humano aprovada para produção na China. O algodão GM é amplamente cultivado e o choupo GM também está disponível. A China financiou pesquisas sobre milho e soja transgênicos por mais de 10 anos, mas a oposição pública e a cautela oficial mantiveram as plantas em laboratório. O país importa grandes quantidades de milho e soja GM para uso em alimentos processados e ração animal, o que levou a pedidos de funcionários do governo para relaxar as restrições ao cultivo doméstico de variedades GM.

Lançamento de inovadores em pesquisa dos EUA

As duas maiores agências de pesquisa dos EUA estão prestes a criar unidades que implementariam mandatos do Congresso para acelerar descobertas práticas. Os Institutos Nacionais de Saúde poderiam obter até US $ 3 bilhões em 2022 para criar uma Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para a Saúde que financiaria abordagens "revolucionárias" para o tratamento de uma série de doenças. A National Science Foundation poderia obter até a metade desse valor para uma nova diretoria de tecnologia que se concentraria em acelerar a aplicação comercial da pesquisa acadêmica financiada pelos programas em andamento da NSF. No entanto, esses aumentos podem encolher - ou mesmo desaparecer - se os legisladores estenderem o congelamento de todos os orçamentos de agências federais, agora em vigor até pelo menos meados de fevereiro de 2022, pelo resto do ano fiscal.

Até o próximo post...

(Com informações da Revista Science)

 

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