Na semana que passou as autoridades sanitárias brasileiras anunciaram que um segundo reforço (quarta dose) da vacina será administrado no Brasil para pessoas imunocomprometidas, aqueles pacientes que têm a saúde bastante fragilizada e que pode ficar comprometida caso venha a contrair COVID-19. Mas esta medida será infinita?
Cientistas de todo o mundo já debatem sobre isso há alguns dias. Desde o final de 2021, já é praticamente um consenso entre os especialistas que a terceira dose ou dose de reforço tem sido o principal amenizador da doença causada pela variante ômicron. Todos os dias a imprensa alarmista mostra o nível impressionante de infecção provocada pela nova variante e o gráfico de mortes não se ampliou da mesma forma. O senso comum leva a pensar que a ômicron não é tão forte quanto as variantes anteriores como a alfa, a gama e a delta, principalmente. O que ocorre agora é que o vírus chega em um ambiente no qual os pacientes já reúnem anticorpos. A virulência da ômicron chegando no início da pandemia afetaria mais fortemente a população mundial e os resultados seriam imprevisíveis.
A ômicron chegou no Brasil com mais da metade da população vacinada com duas doses. Qualquer que tenha sido o imunizante – Coronavac, Pfizer, AstraZeneca ou Jansen – já pegou suas vítimas com algum tipo de imunização. Ainda assim, na semana passada seis estados brasileiros, incluindo o Piauí, estavam com suas UTIs covid com ocupação superior a 80%. Boa parte dos acamados mais graves da doença (seria muito importante que isso fosse de fato pesquisado para desviar do viés político descabido) foram aquelas pessoas que não tiveram a oportunidade ou não quiseram usar as vacinas. Os que não tiveram oportunidade são vítimas do ainda precário sistema de saúde brasileiro que não alcançou a todos, ainda que muitos vivam em regiões urbanas. Aos que foram optantes em não se vacinar, que os chamo de “céticos de ocasião”, acho importante que a própria natureza se encarregue deles. A seleção natural está aí para selecionar os mais aptos mesmo, desde o início da vida na Terra.
Neste mês de janeiro, Israel iniciou a administração da quarta dose de vacina para profissionais de saúde, idosos e imunocomprometidos. Para alguns especialistas a dúvida permanece: se uma quarta dose seria necessária ou se a vacina, a exemplo do que acontece com a Influenza, deve ser reforçada anualmente. É necessário primeiro que a pandemia finalize, o que ainda não aconteceu e só vai chegar a contento quando a população mundial alcançar índices superiores a 70% de vacinados. Novas variantes estão passivas de surgirem todos os dias, enquanto tivermos não vacinados em grande quantidade.
O certo é que a vida vai demorar muito a retornar ao que era antes. Enquanto isso não acontecer, mantenha sua guarda alta o mínimo possível: evite aglomerações, use máscara de proteção (se não tiver preocupado com você preocupe-se com os que o cercam), use água e sabão para higienizar as mãos, ou álcool em gel (em situações mais emergenciais). Esta doença não é fácil!
Boa semana para todos (as).