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Um matemático no poder

Neste último domingo (02 de outubro) o Brasil escolheu seus gestores e legisladores para os próximos quatro anos. A escolha foi desde os mandatários do país e dos estados, até os legisladores estaduais e federais e 1/3 da composição do Senado Federal.

No Piauí foi eleito Rafael Tajra Fonteles (PT), para suceder ao Governador Wellington Dias. Mas quem é Rafael Fonteles? Para a grande maioria dos eleitores que o escolheram, Rafael é “candidato do Wellington” ou o “menino do Lula”, como apregoaram os marqueteiros na intenção de colar o nome de um técnico que nunca tinha sido candidato a cargos eletivos, aos líderes de votos nos mais diferentes rincões do Piauí. Mas eu conheço o Rafael da forma mais legítima: por três anos fui seu professor de Ciências e Biologia na escola.

Rafael é de uma geração de ótimos alunos do Instituto Dom Barreto. Em 1997, eu trabalhava no IDB como professor de Ciências e Biologia e, logo na sexta série do Ensino Fundamental, encontrei com esta turma de bons alunos. Não eram somente estudantes que tiravam boas notas. Boas notas era consequência de uma corrida que eles mesmos estabeleciam para obtenção de resultados. Estes resultados iam além do próprio ambiente escolar, uma vez que estes meninos e meninas competiam em Olimpíadas do Conhecimento, nas mais diferentes áreas, mas com destaque para Matemática, Química e Física.

Esta turma fez o percurso escolar se destacando em praticamente tudo o que faziam. No ensino médio, já por volta de 2001/2002 (se minha memória não me trai) estes estudantes chegavam com tudo para o Vestibular e o resultado não foi diferente: muitos aprovados. Mas Rafael se destacou dos demais: diferente do que a maioria escolhia, Rafael optou por Matemática. Uma vocação que veio do berço, uma vez o Prof. Nazareno Fonteles, seu pai, era médico, mas também professor de Matemática. Rafael entrou na Universidade quebrando uma série de paradigmas. Por ser um estudante de altas habilidades, a UFPI aprovou um regime especial de avaliação por causa dele e que vem servindo a todos os estudantes com altas habilidades, até então.

No regime aprovado, nas disciplinas específicas, o estudante optava por cursá-las ou simplesmente ser avaliado por uma banca de professores que cobriam todos os conteúdos em uma única prova. Foi assim que Rafael encerrou o curso de Matemática em quatro períodos e com direito a Láurea Acadêmica, uma condecoração dada para os estudantes que terminam o curso com resultados expressivos. Uma vez me confidenciou o saudoso Prof. João Benício Melo, da grande facilidade de Rafael em lidar com temas complexos da Matemática.

O desafio de Rafael agora é outro. Com uma complexidade maior do que qualquer equação diferencial, ele tem o desafio de usar sua inteligência privilegiada para fazer desenvolver o Piauí. Sem qualquer demérito aos seus opositores, se Rafael usar sua capacidade de estancar sangrias e estimular o desenvolvimento nas áreas básicas (saúde, educação, segurança pública e infraestrutura) e no desenvolvimento econômico para geração de emprego e renda, o Piauí pode dar o salto qualitativo para além das propagandas oficiais.

Dentre os desafios, Rafael precisa conhecer a Universidade Estadual do Piauí (UESPI). É importante que ele faça diferente de todos os seus antecessores com a instituição do Estado do Piauí que forma pessoas nas mais diferentes áreas. Se até o final de seu Governo, Rafael fizer uma visita ao Campus Poeta Torquato Neto, será o único que, por aproximadamente três décadas, teve a iniciativa de conhecer de perto o “chão” da Universidade.

Espero que Rafael Fonteles consiga fazer um pouco mais pelo Estado do Piauí. Ele representa o desejo popular revestido agora com uma boa dose de capacidade técnica. Sucesso!!!

Boa semana para todos (as).

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