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BQ.1: por que devemos nos preocupar com a COVID-19?

Muitas vezes pessoas que sabem que sou professor de Biologia me interpelam sobre a COVID-19 e algumas das medidas que foram ou ainda seguem em vigor como forma de prevenção da doença. Apesar de não ser a minha especialidade (estudo mais sobre Ecologia de Plantas e Ciências Ambientais) leio e procuro facilitar a vida de quem me pergunta. Esta é a principal missão do Ciência Viva. Então vamos esclarecer alguns pontos.

A BQ.1 é uma subvariante da ômicron. A variante Ômicron, sem qualquer dúvida, foi a mais virulenta das formas da COVID-19, pois conseguiu infectar muitas pessoas que tinham escapado das variantes anteriores. Felizmente, embora muito contagiosa, a ômicron se mostrou menos agressiva em termos de sintomas. Aliado a esta sintomatologia mais branda somou-se o fato de que muitas pessoas, pelo menos aqui no Brasil, já estavam devidamente imunizadas, com pelo menos duas doses (1ª dose e o reforço) quando ela começou a circular. Apesar de menos mortal, de qualquer forma, estamos falando de um agente patogênico que elege um sistema para atuar, o que de certa forma, remete para uma imprevisibilidade assustadora.

No seu processo evolutivo, o vírus vai produzindo novas variantes e subvariantes a partir de mutações em seu material genético. A cada nova infecção, o vírus pode sofrer mutações e o sucesso destas mutações permite que o vírus prolifere. As mutações podem ser bem-sucedidas ou não, sob o ponto de vista evolutivo. Para nós, a grande vantagem, é quando uma mutação destas reduz a capacidade do vírus se espalhar. E assim caminha o vírus no seu processo evolutivo. Como sua reprodução é rápida, rapidamente percebemos esta evolução em tempo real.

A natureza biológica do vírus nos permite interferir neste mecanismo de evolução. É quando nós interrompemos o ciclo reprodutivo dele. Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, só conseguem se reproduzir se estiverem dentro de uma célula, pois usam os recursos das células para gerarem suas estruturas.

Deste modo, só conseguiremos estancar esta evolução dele, interrompendo o seu ciclo reprodutivo. E como fazemos isso? Nos protegendo, evitando aglomerações e nos imunizando, através do uso de vacinas.

Pense nisso, caso esta nova leva de SARS-CoV2 venha a bater novamente em nossas portas.

Até o próximo post...

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