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Clima de Teresina em mudança acelerada: será???

Para começar a falar sobre isso faço logo uma ponderação: não sou especialista em meteorologia. Sou biólogo, com Mestrado e Doutorado em Botânica (ou será em Biodiversidade??? Entendedores entenderão!). Então que fique claro: entendo de plantinhas e ainda bem pouquinho.

Esta semana fiquei bem atordoado com informações vistas na mídia, na qual o Dr. Leonardo Madeira foi entrevistado em nome de uma organização da Prefeitura de Teresina e falava sobre um evento que vai acontecer (ou já aconteceu) sobre o Clima em Teresina. As coisas da Prefeitura de Teresina eu já não levo muito a sério pela série de coisas que a cidade vem passando, numa gestão que dispensa qualquer comentário. Mas o Dr. Leonardo Madeira é uma pessoa de fato muito séria e pontuou em uma das entrevistas que vi que estamos vivendo aqui o que o mundo só irá viver daqui a alguns anos em termos de incremento de temperatura.

Hoje recebi um e-mail do Dr. José Machado Moita Neto, um pesquisador conceituadíssimo que hoje atua na Universidade do Delta do Parnaíba (UFDPAR), mas que também não é da área de Meteorologia que reproduzo a seguir, por ter feito uma análise mais acurada do que está acontecendo.

“1. Hoje li uma matéria na mídia que afirmava " Com aumento médio de 1º C em quatro décadas, Teresina desponta como uma das cidades com aquecimento mais acelerado no mundo. O alerta é do Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana de Teresina (Cesu)". Título da matéria: Teresina é uma das cidades com aquecimento mais acelerado, diz estudo.

Fonte: https://www.cidadesemfoco.com/teresina-e-uma-das-cidades-com-aquecimento-mais-acelerado-diz-estudo/

2. Também assisti uma entrevista com o Leonardo Madeira e soube que o CESU é situado na UFPI, presumo que no CT

Título: ENTREVISTA - LEONARDO MADEIRA - COORDENADOR DO CLIMA THE 2023 E DA AGENDA 2030

Fonte: https://youtu.be/Cf-fZn14hDA

3. Fiquei preocupado com a informação em destaque e fui até o INMET baixar os dados da estação meteorológico automática de Teresina (A312) e verifiquei que a mesma começou a fornecer informações apenas no final de 2004. Isto significa que dispomos de 18 anos completos com dados meteorológicos de Teresina. Até anexei aqui os dados. Para algum curioso que queira fazer as estatísticas para conferir as afirmações.

Fonte: https://portal.inmet.gov.br/dadoshistoricos

4. Recentemente tenho aumentado minhas preocupações sobre a proximidade do discurso científico com o discurso político. Inexoravelmente o discurso científico é apropriado pelo político e logo perde a higidez própria do discurso científico.

5. Infelizmente o discurso político não é apenas "conversa fiada" ou "blá-blá-blá" pois pode ter influência sobre gastos públicos e políticas públicas. Também pode se apropriar do tema para esconder deficiências de planejamento urbano, por exemplo, apontar as consequenciais da chuvas com mudanças climáticas

6. Todos estamos legitimados a produzir discursos de qualquer tipo, inclusive político. Nessa visão, o pesquisador também pode fazer um discurso político. Nesse ponto, a sua autoridade científica, aquela decorrente de seus conhecimentos, quando muda de campo de atuação, perde seu valor original da prudência e higidez do discurso científico. A análise do discurso crítica permite identificar essas situações. A entrevista do Leonardo é um exemplo de um discurso predominantemente político

7. O verniz científico das discussões ambientais é assustador. Os interesses econômicos e políticos escondem mais do que revelam. Nesse ponto, o pesquisador da área ambiental deve redobrar a guarda para não ser mero reprodutor de ideias alheias.

8. Nada entendo de metereologia. O que me move é a vontade de permanecer como educador ainda pelo resto da vida. Portanto, aprendendo e ensinando. Meu conhecimento em metereologia só chega  até a serie coreana no Netflix "Clima do amor" (https://www.netflix.com/br/title/81572781) que assisti e recomendo a aposentados!!!

José Machado Moita Neto”

Com as ponderações do Prof. Moita exponho as minhas escusas em tocar em um tema tão delicado e no qual não detenho tantas informações, mas que requer que nos atentemos com este fenômeno mundial de interferências políticas em questões científicas. Acabamos de passar por uma pandemia terrível e o viés político até hoje faz com que muita gente não tenha se vacinado, que muita gente venha se empanturrando de cloroquina e ivermectina, com a crença nos grupos de Whatsapp que ajudaram a ceifar uma série de vidas por aí.

Precisamos ficar atentos sobre as coisas que nos cercam e de como as informações podem ser usadas até contra nossa própria vida.

Um ponto para reflexão.

Boa semana para todos e todas e até o próximo post...

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