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Dor no braço

Na semana que passou pesquisadores dos Laboratórios farmacêuticos Glaxo-Smith-Kline (GSK Vaccines), uma empresa dos EUA que trabalha no desenvolvimento de diversos produtos imunoterápicos, publicaram na Revista Advances Science um artigo sobre a modelagem de novos recursos que permitam o combate mais efetivo contra variações do vírus SARS-CoV2.

Traduzido para o português (tradução livre), o título do artigo foi “Projeto estrutural e computacional de um antígeno de pico SARS-CoV-2 com expressão e imunogenicidade melhoradas”. A ideia foi usar a proteína S2D14 como uma base antigênica mais eficaz, dadas as modificações encontradas nas novas variações do vírus da COVID-19.

O grande problema na hora de gerar um imunoterápico contra um vírus extremamente mutante é exatamente o de reproduzir um recurso que consiga despertar no sistema imunológico a defesa necessária para o organismo. As vacinas contra COVID-19 se mostraram eficientes no momento de restringir o avanço da doença mortal, mas não o suficiente para cercear de vez o avanço, até porque existem populações inteiras que foram mal imunizadas. Umas porque não tiveram acesso, outras porque preferiram acreditar em Fake News.

O grande problema é que a humanidade vive em ciclos. Há 50-70 anos atrás vivíamos imersos em um conjunto de doenças que deixavam muitos mortos ou sequelados, como foi o caso da poliolielite. Todavia, com o desenvolvimento das vacinas Sabin e Salk, gradativamente, nossas populações foram se livrando dos problemas. As gerações atuais, que foram vacinadas na infância, não conviveram com estas doenças que maltratavam e até matavam. Assim, parece que desaprenderam sobre o valor das vacinas e, como reflexo, temos uma população com taxas de cobertura vacinal bem abaixo do que tínhamos há 10, 15 anos atrás.

Esta semana aproveitei para tomar os imunizantes de COVID-19 (estava sendo aplicado o imunizante da Pfizer) e de Influenza. Foi a minha quinta dose contra COVID-19 e a quarta contra a Influenza. Peguei COVID duas vezes e gripe não sei nem quantas, ao longo da minha vida. É preciso ter o entendimento que, ao recebermos a vacina, estamos recebendo parte integrante do causador da doença, para que o nosso sistema imunológico prepare as defesas. Isso pode evitar ataques do agente patogênico ou atenuar os sintomas, quando o sistema já apresenta defesas. Isto é relativamente simples de entender, mas deixei sublinhado para chamar atenção sobre o papel das vacinas.

Eu entendo perfeitamente a preocupação de algumas pessoas com relação às vacinas contra COVID-19. De fato, elas foram produzidas no calor da emergência sanitária mundial. Mas as pesquisas nunca pararam. Quanto mais tempo passar, mais aperfeiçoadas virão. Por enquanto eu vou preferindo ficar com uma dor no braço do que viver a dor da falta de abraço das pessoas que amamos e que perdemos para doenças que, na atualidade, podem ser evitadas.

Boa semana para todos (as).

 

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