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Pesquisa de 40 anos comprova Teoria da Evolução

Há na Biologia uma área que sofre constantes ameaças dos “homens de pouca fé”, aqueles que se rendem a sua própria ignorância e cegueira, os negacionistas. Esta ciência é a Evolução. Mas para tudo existe uma explicação, sempre baseados em fatos. Vamos à nossa história de hoje.

A teoria da evolução, de que os seres vivos sofrem mudanças ao longo do tempo, foi lançada em 1859 com a publicação do livro “A Origem das Espécies por meio da Seleção Natural” do naturalista inglês Charles Darwin. A teoria foi defendida na Sociedade Linneana de Londres e é atribuída a Darwin e ao naturalista Alfred Russel Wallace. A ideia da imutabilidade sempre permeou a crença popular com base na interpretação literal de textos sagrados, de cunho religioso.

A ideia de Darwin foi representada por muitos dos exemplos descritos na natureza, inclusive alguns deles a partir de informações coletadas pelo próprio Darwin ao longo de uma viagem a bordo do navio H.M.S.Beagle que passou por muitos lugares, dentre eles a América do Sul, com destaque para o Arquipélago de Galápagos no Oceano Pacífico e que pertence ao território do Equador. Em Galápagos, Darwin teve contato com uma fauna bastante “diferente”, encontrando desde Tartarugas Gigantes, Aves diferentes e dentre estas o pequeno Tentilhão. Examinando melhor estas aves, Darwin conseguiu relacionar o formato do bico ao tipo de alimento disponível na ilha em que havia coletado a ave, um feito sensacional para quem apenas passou pelas Ilhas do arquipélago.

O Casal Grant

Peter e Rosemary Grant, um casal de pesquisadores, iniciaram na década de 1970 uma pesquisa que vem sendo conduzida até hoje, com a finalidade geral de comprovar as intuições e suspeitas de Charles Darwin, no que se refere aos tentilhões. O trabalho dos Grant e sua equipe de pesquisadores que combina dados ecológicos, observacionais, de biologia molecular, de genética e outras áreas da Biologia, desvendando os detalhes da história evolutiva destas aves, já que elas se enquadram em um modelo interessante, por estarem isoladas em ilhas que apresentam diferenças ambientais que atuam diretamente na seleção dos organismos mais aptos. A revista Science desta semana nos premiou com a publicação do artigo “Community-wide genome sequencing reveals 30 years of Darwin’s finch Evolution” (“O sequenciamento do genoma em toda a comunidade revela 30 anos da evolução do tentilhão de Darwin”, em tradução livre). O artigo de pesquisadores da equipe dos Grant (inclusive estão entre os coautores) traz a comprovação, utilizando o sequenciamento do genoma de quatro espécies de tentilhões.

O trabalho comprovou que, ao longo do tempo, estas quatro espécies acumularam características nos seus genomas que lhes permitiram viver as intempéries ocorridas ao longo do tempo, como secas prolongadas e estações de chuva intensa, o que interferia na disponibilidade de alimentos em cada ambiente.

O artigo é mais um trabalho que pode ser lido pelos “de pouca fé”, que, entre outras coisas, engrossam teses malucas como a de que a Terra é plana.

Boa semana para todos e todas.

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