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Floresta fóssil de Teresina: o tempo não pára (I)

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Teresina é uma cidade de muitas particularidades. Foi a primeira Capital planejada do Brasil. É a única Capital nordestina que não fica no litoral. E uma que talvez seja novidade para muitos: é a única Capital do mundo que possui um sítio paleontológico na sua região central.

E o que é um sítio paleontológico? Vamos por partes. A Paleontologia é a parte da Biologia que estuda os fósseis. E o que são fósseis? São seres, marcas ou partes deixadas por seres que viveram no passado e que ficaram registradas em rochas. Um sítio paleontológico reúne fósseis que contam a história de determinados seres do passado. É diferente dos sítios arqueológicos, encontrados em várias cidades do mundo como Roma, Atenas e outras. Os sítios arqueológicos resguardam locais que registram a passagem do homem. Para que o leitor entenda, os sítios paleontológicos registram resquícios de formas de vida.

É comum, ao falarmos em fósseis e paleontologia nos remetermos diretamente aos dinossauros. Os dinossauros foram seres que viveram em um passado remoto, em torno de 60 milhões de anos, antes do presente. De fato os dinos são os fósseis mais conhecidos, de uma forma geral. Mas estima-se que representam muito pouco da diversidade dos seres vivos, se considerarmos o tempo de existência da vida no nosso planeta e toda a diversidade de ambientes.

O sítio encontrado em Teresina é de uma floresta petrificada de idade Permiana. Trocando em miúdos: temos um sítio formado por exemplares de árvores que existiram em uma época muito antiga, anterior aos dinossauros. O período Permiano ocorreu entre 298 e 250 milhões de anos antes do presente. Ou seja: nossos fósseis são de uma floresta que era viva antes dos Dinossauros surgirem na Terra. E que tipo de árvores eram encontradas no local? Nesta época não existiam ainda as plantas com frutos como mangueiras, cajueiros e outras. Dominavam neste período árvores parecidas com as samambaias só que dotadas de flores, que já não existem mais desde antes dos dinossauros aparecerem nas paisagens do Planeta Terra.

A estas alturas creio que o leitor estaria se perguntando: em que museu estão estas raridades? Não estão em nenhum museu. Localizam-se às margens do rio Poti na altura dos bairros dos Noivos (margem direita) e Ilhotas (margem esquerda). Ali, pertinho do Centro, ao lado da Poticabana, existem troncos fósseis com cerca de 250 milhões de anos.

Na década de 1990 uma lei municipal criou o Parque e alguns anos depois outra lei delimitou sua área. Mais recentemente o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) encomendou um estudo e tomou algumas providências referentes à proteção do local.

O tempo está passando e precisamos da proteção deste patrimônio. Como diria o poeta: "o tempo não pára".

Nos próximos posts vou comentar mais sobre a riqueza do que temos na nossa região, em termos de valores científicos.

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