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Brasileiros no IgNOBEL

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Uma das maiores críticas que a Ciência Brasileira recebe é exatamente o fato de nenhum brasileiro ter sido agraciado com o Prêmio Nobel[1]. O Prêmio Nobel foi criado pelo inventor sueco Alfred Nobel e é concedido pelos comitês científicos da Suécia e da Noruega, nas áreas de Física, Química, Fisiologia ou Medicina, Literatura, Economia e Paz, a pesquisadores vivos que, através de seu trabalho, conseguiram revolucionar o mundo.

À exceção dos brasileiros que formaram o grupo de combatentes chamados de Boinas Azuis que ajudaram a conter o conflito do Canal de Suez na década de 1960 e foram laureados com o Prêmio Nobel da Paz de 1988, nenhum outro brasileiro, especialmente nos campos da Ciência, chegou a ganhar a honraria, considerada uma das maiores comendas da ciência mundial. O brasileiro que esteve mais próximo do Nobel foi o físico César Lattes, cuja descoberta da partícula Méson Pi e sua posterior comprovação foram consideradas dignas da concessão do Nobel e que terminou recaindo sobre o norteamericano Cecil Powell.

No sentido quase oposto ao Nobel, a revista Annals of Improbable Research (Anais da Pesquisa Improvável), ligada a Universidade de Harvard, criou o prêmio IgNobel, numa bem-humorada e sarcástica crítica às pesquisas de cunho questionável, seja pelo dispêndio de energia em temas pouco relevantes ou por erros metodológicos que desvirtuam o sentido do pesquisar. O prêmio foi criado em 1991 e realiza uma cerimônia de pompa similar à do Prêmio Nobel.

Eu encontrei alguns exemplos de trabalhos contemplados que foram representados em charges (veja galeria) dos premiados em 2013. Este ano (2017) dois brasileiros estão entre os escolhidos.

O biólogo Rodrigo Lopes Ferreira da Universidade Federal de Lavras foi um dos indicados por fazer parte de uma equipe formada por brasileiros, suíços e japoneses que descobriu algumas anomalias nas genitálias de insetos típicos de cavernas. O outro foi o também biólogo Enrico Bernard, ligado à Universidade Federal de Pernambuco que estudou as fezes de um morcego hematófago (que se alimenta de sangue) e descobriu resíduos de DNA humano, comprovando que este vampiro também se alimentou do sangue de pessoas.

Talvez neste momento você, querido leitor, esteja pensando sobre a relevância destas pesquisas e, daí as mesmas terem sido reconhecidas para receberem o IgNobel. Por vezes o que parece ser algo sem qualquer tipo de futuro revela conhecimento importante. Na pesquisa desenvolvida por Bernard, por exemplo, é notório que há um desequilíbrio na região da Caatinga no Brasil, pois o alimento preferencial destes morcegos seria exatamente o sangue de aves. Na sua descoberta, o pesquisador evidenciou que os morcegos atacaram aves como galinhas, mas atacaram também mamíferos domesticados como cães, ovelhas, bodes e o próprio homem.

O IgNobel foi criado exatamente para fazer pesquisadores e sociedade pensarem juntos sobre os caminhos da Ciência. Para os brasileiros “laureados” este ano o prêmio os coloca na berlinda internacional, pelo fato dos seus trabalhos terem chamado atenção da comunidade científica.

Nos links abaixo é possível ter acesso aos trabalhos dos brasileiros.

Artigos científicos

YOSHIZAWA, K. et al. Female penis, male vagina, and their correlated evolution in a cave insect. Current Biology. v. 24, n. 9, p. 1006-10. 5 mai. 2014.

ITO, F. et al. What is for dinner? First report of human blood in the diet of the hairy-legged vampire bat Diphylla ecaudata. Acta Chiropterologica. v. 18, n. 2, p. 509-15. dez. 2016.

 

[1] Na minha opinião são críticas totalmente infundadas se considerarmos que o Brasil ocupa as últimas posições em termos de investimentos em Ciência e Tecnologia.

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