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Continente africano pode dividir-se em dois

Você já deve ter reparado o quanto a costa leste da América do Sul se encaixa direitinho na costa oeste da África. O fato é que no passado todos os continentes da conformação atual formavam um grande continente denominado Pangeia, há muito tempo, entre 200 e 540 milhões de anos antes do presente.

Com o movimento das placas que formam a superfície da Terra, chamadas de Placas Tectônicas, a Pangeia se separou formado dois megacontinentes: Gondwana e Laurásia. Gondwana, o grande continente do sul, posteriormente, se dividiu formando a África, a América do Sul, a Índia (que fica na Ásia), a Oceania e a Antártida, para ficarmos apenas nas porções maiores. Enquanto a Laurásia, o grande continente do norte, originou a Europa, América do Norte, Ásia e o Ártico.

A litosfera da Terra (formada pela crosta e a parte superior do manto) é dividida em várias placas tectônicas. Essas placas não são estáticas, mas se movem em relação umas às outras em velocidades variadas, “deslizando” sobre uma camada chamada Astenosfera, que é viscosa. Este conteúdo viscoso e incandescente se torna visível na superfície quando um vulcão entra em erupção e derrama lava vulcânica, material de extrusão do magma.

Dada a natureza fluida do magma, os continentes realizam movimentos. Às vezes os continentes se chocam causando acidentes como tsunamis, terremotos e maremotos. São eventos que acumulam um forte volume energético, e por isso provocam destruição, sendo, entretanto, eventos naturais.

Na região leste do Continente Africano surgiu uma gigantesca fenda com cerca de 10 km de extensão que, de acordo com os cientistas pode representar a cisão do continente em dois grandes blocos de terra.

Fruto de atividades geológicas muito profundas, a fenda apareceu na região sudoeste do Quênia, cortando a Rodovia Nairobi-Narok. Essas forças não simplesmente movem as placas ao redor, elas também podem fazer com que as placas se rompam, formando uma fenda e potencialmente levando à criação de novos limites de placa. O sistema do Leste da África é um exemplo de onde isso está acontecendo atualmente.

Por que a formação da fenda acontece?

Este processo é acompanhado por manifestações superficiais ao longo do vale da fenda, sob a forma de vulcanismo e atividade sísmica. As fendas são o estágio inicial de um colapso continental e, se bem-sucedidas, podem levar à formação de uma nova bacia oceânica.

A formação da fenda continental exige a existência de forças extensionais grandes o suficiente para romper a litosfera. Os geólogos explicam que o que está acontecendo pode ser descrito como um tipo ativo de fenda, no qual a fonte dessas tensões está na circulação do manto subjacente. Por baixo desta fenda, a elevação de uma bolha de manto grande domina a litosfera para cima, fazendo com que ela enfraqueça como resultado do aumento da temperatura, sofra alongamento e quebre com falha.

Como a fenda está se formando?

As fendas exibem uma topografia muito distinta, caracterizada por uma série de depressões delimitadas por falhas cercadas por terrenos mais altos. No sistema da África Oriental, uma série de vales de fenda alinhados separados por grandes falhas de delimitação pode ser claramente vista do espaço.

Nem todas estas fraturas se formaram ao mesmo tempo, mas seguiram uma sequência que começou na região de Afar, no norte da Etiópia, a cerca de 30 milhões de anos e se propagou para o sul em direção ao Zimbábue a uma taxa média entre 2,5 a 5cm por ano.

Estamos testemunhando uma separação continental. Assista ao vídeo que mostra uma parte da extensão da fenda que está separando o Continente Africano em dois.

 

 

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