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As vacas e a vacina

Desde criança ouvimos falar da vacina. Por vezes, na infância, éramos arrastados para consultórios médicos, hospitais ou às vezes até na escola nos surpreendíamos com a necessidade de sermos vacinados. Nossos pais aplicavam a “desculpa” de que era para evitar doenças.

As vacinas são um importante mecanismo de prevenção de doenças contagiosas. Surgiram no final do século XVIII (1796) quando o médico Edward Jenner resolveu aplicar um fluido contaminado com o agente causador da varíola bovina em pessoas sujeitas à varíola humana. Ele observou que as jovens que trabalhavam com a ordenha das vacas contraíam a varíola bovina e ficavam resistentes à varíola humana que, na época matava cerca de 80% das pessoas que a contraíam. A varíola atualmente é uma doença considerada erradicada e quando não matava deixava marcas inesquecíveis no paciente: a doença se caracterizava pelo aparecimento de bolhas de pus (pústulas) espalhadas pelo corpo que deixavam cicatrizes marcantes pelo corpo inteiro.

O trabalho de Jenner, baseado na observação, ensejou um longo e bem-sucedido caminho de pesquisas e estudos que teve como um dos maiores expoentes o químico francês Louis Pasteur. Pasteur foi o precursor de muitos estudos com resultados positivos, como por exemplo o da contaminação do Bombix mori (bicho-da-seda) que estava afetando a produção da indústria francesa de tecidos. Ele também criou a pasteurização, um método usado para descontaminar alimentos , dentre eles o leite, livrando-o, com uma alternância entre aquecimentos e resfriamentos (choque térmico), de micro-organismos indesejáveis. A primeira vacina desenvolvida por Pasteur foi contra a bactéria Antrax. Aliás, Pasteur batizou a vacina com este nome em uma clara alusão ao experimento de Jenner que utilizou fluidos extraídos das vacas (do latim Vacca).

Pasteur foi um dos responsáveis por isolar uma vacina contra a Raiva. Juntamente com Robert Koch, promoveram um enorme rol de descobertas importantes para saúde pública mundial, com o esforço da chamada Medicina Preventiva, voltada para imunização contra doenças.

A pesquisa científica avançou muito e o Brasil é um importante polo de produção de vacinas na América Latina, através da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Por falar em Oswaldo Cruz, este médico sanitarista foi um pioneiro na adoção da obrigatoriedade de vacinas como medida para combater doenças parasitárias, provocando inclusive uma revolta popular que ficou conhecida como Revolta da Vacina. Isto porque o Governo aprovou Lei obrigando todos os cidadãos a serem vacinados como uma forma de combater a Varíola, no início do período republicano, em 1904.

Atualmente, o senso comum misturado à ignorância reúne parcela considerável da população em vários locais do mundo que lutam contra a adoção da vacinação obrigatória.

Aqui no Brasil, dia 23, próximo passado, deu início a Campanha de Vacinação contra o vírus da Influenza (gripe). A campanha tem como meta vacinar 54 milhões de brasileiros. Entre os eleitos para receber a vacina gratuitamente estão os idosos (maiores de 60 anos), crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que tiveram bebê nos últimos 45 dias (puérperas), profissionais da saúde, professores da rede pública e privada, população indígena, portadores de doenças crônicas (exemplo: Diabetes, Asma Artrite reumatoide e outras), pacientes que fizeram ou fazem tratamentos que prejudicam o sistema imunológico (exemplo: fazem quimioterapia, radioterapia etc.), portadores de trissomias como Síndrome de Down e Klinefelter e pessoas privadas de liberdade. A vacinação vai até 01 de junho.

Com a entrada dos professores como beneficiados passei a tomar a vacina e posso dar meu testemunho: foi muito eficiente!

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