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Pint of Science: falando sério sobre Ciência em uma mesa de bar

A ideia de divulgar ciência em um bar realmente foi genial. Michael Motsky e Praveen Paul do Imperial College of London foram muito felizes com a ideia, quando imaginaram em 2012 que seria interessante conversar sobre ciência na mesa de bar. Natália Pasternak, a coordenadora do Pint no Brasil, não foi menos audaciosa quando, em 2015, trouxe o evento para São Paulo. Aqui no Brasil o evento só cresceu: 2015 – uma cidade da região sudeste; 2016 – oito cidades das regiões sul, sudeste e centro-oeste; 2017 – 22 cidades das regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste e 2018 – 56 cidades de todas as regiões do Brasil. Uma taxa média de crescimento anual de 443%!!! Teria sido fabuloso se os recursos aplicáveis em Pesquisa no Brasil tivessem sido tão ousados em crescer nesta taxa! Mas vamos ao evento...

No fundo, no fundo os cientistas adoram falar sobre o que trabalham, mas não têm o hábito de falar para quem não é do seu meio. Todo o cientista fala com certa desenvoltura sobre os temas ligados à sua área do conhecimento. É empolgante falar para outros especialistas ou até para estudantes que estão trilhando esta ou aquela área do conhecimento. Mas e falar para pessoas que nunca viram nada sobre este ou aquele tema? E falar para quem geralmente vai descontrair num bar bebendo uma caneca de chopp? Este é o desafio do Pint of Science...

Organizar um evento como este é um prazer indescritível... E ao mesmo tempo, um stress... A fase de planejamento é bem complicada, especialmente quando a ideia é quebrar barreiras. Pesquisadores ficam com o pé atrás: “Será que consigo falar para este público? ”. É pergunta-chave na cabeça de cada um. Os donos dos Bares questionam: mas o meu público irá gostar de alguém dando aula? Foi uma das perguntas que mais já me fizeram.

Convencidos os pesquisadores e os donos dos estabelecimentos vem a parte mais complicada: quem pagará a conta? O evento é totalmente gratuito, mas são necessários recursos de pequena monta para bancar uma infraestrutura mínima necessária. Aí a gente começa ligando para um amigo ou outro. Uma peregrinação! Afinal a dificuldade de se fazer alguma coisa no Brasil vem do próprio estigma de “já pago tanto imposto” que poderia “ser para esse tipo de coisa” que “é superlegal, mas a crise...”.

Outra peregrinação é tentar divulgar. Neste particular um viva para o Mark Zuckerberg, pois criou uma ferramenta fantástica que é uma mão na roda para ajudar a contar qualquer história para qualquer pessoa, esteja onde estiver. A imprensa ajuda muito, porque “é um evento inusitado”, porque “é sensacional conversar sobre pesquisas”, porque “a ideia foi uma grande sacada”, embora Pint of Science “seja meio chato de pronunciar”: Pãinti of Saience...

Mas o Pint chega ao fim hoje, 16 de maio, aqui em Teresina e mais 55 cidades brasileiras e em mais 20 países (aliás, quando você estiver lendo isso aqui, na Austrália, Singapura e Tailândia já terminou...). Fica a pergunta: vai ter ano que vem? Com empolgação menor do que no ano passado, eu, que coordeno uma equipe de gigantes que faz este evento acontecer vou dizer: não sei!

Obrigado aos oito pesquisadores, 20 colaboradores, oito patrocinadores e os muitos jornalistas e radialistas que gastaram um tempinho dos seus programas para divulgar este que é um “Global Science Festival”.

Um brinde à Ciência!

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