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Zika: os prejuízos ecoam por toda a vida

Pesquisa recente publicada pela equipe da pesquisadora brasileira Julia Clarke (UFRJ) na Revista Science Translational Medicine constatou que o Zika vírus vai muito além do que se pensava. Os pesquisadores inocularam amostras dos vírus em fases embrionárias das cobaias e notaram que as mesmas apresentaram distúrbios nas fases adolescente e adulta. No período de nove a 12 dias após terem sido infectados com o vírus as cobaias passaram a ter convulsões, desenvolvendo um quadro de microcefalia pós-natal e um quadro de epilepsia na idade adulta.

Outra descoberta importante foi a que diz respeito à presença de trechos de RNA do vírus em células cerebrais das cobaias, confirmando que o processo de proliferação do vírus não se resume apenas ao período de proliferação na fase em que as cobaias são apenas embriões. Além disso foi possível constatar a presença de Fator de Necrose Tumoral (TNF-a), responsável pela degradação de neurônios.

Em outra pesquisa, também publicada na mesma revista, pesquisadores do Estados Unidos apontaram os efeitos do zika vírus em macacos jovens. Os macacos apresentaram problemas no sistema límbico, sofrendo inflamação e morte celular.

Os resultados das duas pesquisas levantam a possibilidade de que bebês infectados pelo vírus durante o surto da doença entre setembro de 2015 e dezembro de 2016 poderiam vir a desenvolver sintomas na vida adulta. Apesar das conclusões estarem baseadas em animais, alguns pesquisadores acreditam que o Zika continue prejudicando os contaminados na idade adulta

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou aproximadamente 1,6 milhão de casos de infecções por zika entre setembro de 2015 e novembro de 2016. Desse total, mais de 41 mil eram mulheres grávidas. Até o início de 2017, aproximadamente 2,7 mil casos de problemas de malformação do feto foram registrados, 69% deles no Nordeste, região mais afetada.

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