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Pai: a metade do todo

Foi num misto de susto, contentamento e de um “e agora o que é que eu vou fazer” que descobri que ia ser pai, no longínquo ano de 1987. Na minha cabeça, além da alegria de ter um filho, as preocupações inerentes da responsabilidade de gerar uma vida e colocá-la no mundo com o objetivo principal de que ia dar tudo certo.

Até hoje acho que foi um ato de coragem, assumir uma paternidade com menos de 20 anos de idade, mas me orgulho de jamais ter pensado em fugir da responsabilidade e de nunca ter passado pela minha cabeça sugerir o advento do aborto. Neste momento em que movimentos pró e contra o aborto se digladiam por ser favorável à legalização do processo na semana A ou na semana B, quando para mim, se não quer ou não pode ter um filho, existem n maneiras de se evitar. Sem qualquer intenção de entrar nesta polêmica.

Mas o post de hoje não é sobre o aborto. O post é sobre o ato de ser pai, e o quanto a ciência ajuda a explicar algumas coisas.

Em primeiro lugar é responsabilidade do pai a determinação do sexo do bebê. Na espécie humana (e em muitas outras espécies) existem dois cromossomos responsáveis pela tipagem sexual do bebê. As mulheres apresentam estes dois cromossomos muito parecidos (que no jargão genético são chamados de totalmente homólogos) e por isso diz-se que ela tem dois cromossomos X (XX). Os homens apresentam este par de cromossomos bem diferentes entre si (no genetiquês: parcialmente homólogos) e por isso chamados XY.

No momento da fecundação, tanto óvulo, quanto espermatozoide carregam apenas um destes cromossomos sexuais. Como os homens formam espermatozoides com cromossomo X ou com cromossomo Y, ele será o responsável pela determinação sexual. Em animais como as tartarugas marinhas, por exemplo, é a posição do ovo dentro do ninho que determina o sexo: ovos mais superficiais, recebem mais calor do sol, geram fêmeas. Os ovos que ficam mais no fundo do ninho, numa temperatura ligeiramente menor, geram machos.

A paternidade imprime obrigações muito interessantes. Ano passado, mostrei no post do dia dos pais (https://cidadeverde.com/cienciaviva/85884/no-mundo-animal-tambem-e-assim-nao-basta-ser-pai) os cuidados do cavalo-marinho e do peixe aruanã, que se dedicam a cuidar dos seus filhotes num afinco maternal (mesmo com todo amor dos pais, raramente, nós, os pais, conseguimos superar o amor da mãe!).

Entretanto, existem pais sui generis. É o caso do Pinguim Imperador (Aptenodytes forsteri). Ele é o responsável por aquecer o único ovo colocado pela fêmea durante todo o inverno antártico, num exemplo de altruísmo paterno, pois arrisca a vida para perpetuar sua linhagem através do desenvolvimento do filhote. O exemplo dos pinguins já foi inclusive tema para animações como Happy Feet (2006) e Happy Feet 2 (2011), que pode ser visto no trailer a seguir:

Neste domingo tire alguns minutos para lembrar e refletir sobre seu pai: presente ou ausente na sua vida, lembre-se que ele contribuiu com 50% da sua genética.

Feliz Dia dos Pais e uma ótima semana!

Até a próxima...

 

 

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