A ciência tem lutado para desvendar os segredos genéticos de várias espécies de interesse da humanidade. O próprio genoma humano foi finalizado em 2003, depois de uma verdadeira epopeia. Agora, muitos cientistas se voltam para estudar espécies de importância econômica.
A revista Science da semana passada trouxe na sua capa a referência à finalização do genoma do trigo. Considerada uma das plantas mais importantes da nutrição humana, o projeto de mapeamento dos genes do trigo levou 13 anos para ser concluído, consumindo o trabalho de 200 cientistas em 73 centros de pesquisa de 20 países. Mas o que se estuda em um genoma?
O genoma é o conjunto dos genes de uma espécie, reunindo as estruturas genéticas responsáveis por todas as características daquela espécie. Conhecer estas informações, quando se refere a uma planta ou animal de interesse econômico é interessante, pois facilita o processo de melhoramento genético da espécie e até uma aventura mais segura pela transgenia.
O trigo é responsável pelo fornecimento de carboidratos (açúcares) para mais de um terço da humanidade, e a decifração do seu genoma foi comemorada como um grande feito. Só para que se tenha uma ideia o trigo tem 107.891 genes, o que representa mais de 16 bilhões de pares de base. Para efeito de comparação o genoma humano tem 20 mil genes, aproximadamente.
O trigo é mais uma planta que tem o seu genoma elucidado. Além dela o eucalipto, o milho e a cana-de-açúcar são exemplos de espécies cultivadas que já tiveram seus genomas estudados. A primeira planta que teve o genoma estudado foi a Arabidopsis thaliana, uma espécie da família da Mostarda.