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Tragédia na Ciência Brasileira

Estes últimos dias, após o incêndio que destruiu boa parte de elementos importantes da história brasileira – Museu Nacional, no Rio de Janeiro, tenho recebido muitos lamentos vindos de diversas partes chorando o “leite derramado” do descuido que ora Planalto procura culpar a UFRJ, ora a UFRJ devolve o insulto. Como uma brasa ainda acessa, óbvio que ninguém queira assumir a culpa pelo descuido com o precioso acervo que desapareceu por culpa real do fogo.

No grupo da Rede Brasileira de Herbários, do qual faço parte, a preocupação é geral com as coleções botânicas que às vezes repousam em situação de abandono por falta de apoio das instituições que a abrigam. Mas entre os muito e-mails e mensagens recebidas via redes sociais uma me chamou muito a atenção.

Um professor amigo meu fez referência aos acervos históricos do Museu do Piauí e da Casa Anísio Brito, nosso Arquivo Público. O Professor José Luis Lopes Araújo, importante pesquisador da área de Geografia da Universidade Federal do Piauí alertou para o risco que estes importantes guarda-acervos do Estado do Piauí podem estar correndo. Recentemente o Museu do Piauí passou por uma ampla reforma e, se tudo tiver sido feito conforme mandam as regras de segurança, deve ter recebido atenção especial. Mas o professor chamava a atenção, principalmente pela vizinhança destes importantes patrimônios, situados entre casas comerciais onde nem sempre a segurança, especialmente contra incêndios é tomada a termo.

O Arquivo Público tem um acervo documental importantíssimo, com muitos documentos da época do Brasil Colônia e dos tempos do Império. Um importante acervo ainda pouco estudado e que, em um descuido, pode virar cinzas. Quando estive à frente da Superintendência de Ciência e Tecnologia tentei incluir o Arquivo para o recebimento de equipamentos de digitalização, o que infelizmente não pude conseguir.

Agora é torcer para que as autoridades brasileiras por todo o país se alertem para proteger os acervos importantes de todas as coleções. Ainda temos muito a preservar.

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