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Após imagens eróticas, escola estadual proíbe uso do celular

Há uma semana, a rotina de estudantes nas salas de aula da Unidade Escolar Antônio Freitas, no município de José de Freitas, retomou à normalidade, alterada pelo uso irregular do celular. Em assembleia geral, o uso de aparelhos telefônicos nas dependências da escola foi proibido. Segundo o diretor, Areolino Cunha, em uma única aula, mais de 90 alunos foram flagrados simultaneamente trocando conteúdo pelo celular.


A Unidade Escolar Antônio Freitas funciona durante os três turnos, com cerca de 1.100 alunos, entre os níveis Fundamental, Médio e EJA. De acordo Areolino Cunha, a queda no rendimento dos alunos, além da divulgação de conteúdos impróprios levaram a adoção da medida. 

"A iniciativa partiu dos professores que, praticamente, não conseguiam ministrar aulas, pois os alunos só prestavam atenção no celular. Também tivemos relatos de estudantes que trocavam conteúdos pornográficos dentro da escola, alguns, em que eles mesmos estavam no vídeo. A situação estava incontrolável", explica o diretor. 

A medida foi aprovada em assembleia com cerca de 250 pessoas, entre representantes do Conselho Escolar e Conselho Tutelar, pais e professores, que também relataram o distanciamento humano dos estudantes, dentro da própria família. 

"Os alunos praticamente não conversam entre si, apenas pela internet. Isso é um problema também para família, que relatam que os filhos não conversam mais, nem interagem em casa", reitera Areolino Cunha. 

O diretor acrescenta ainda que até mesmo o sinal de wi fi foi bloqueado na escola, e que desde que a medida foi adotada, apenas 14 ocorrências foram registradas.

"Os alunos estão colaborando bastante. Em aula, já flagramos em um único teste, 94 alunos ao celular trocando mensagens pela internet. Após a medida, em uma semana só foram registradas 14 ocorrências", complementa.


Para não caracterizar invasão de privacidade, Areolino Cunha explica que os estudantes não estão sendo vistoriados e têm o aparelho celular apreendido, somente, em caso de flagrante. 

"Na escola e em todos os horários, principalmente dentro da sala de aula, o uso do celular é proibido. Durante o recreio, os alunos devem priorizar o contato humano. Se algum aluno for flagrado, ele tem o aparelho apreendido, que só é devolvido para o pai ou responsável. No caso do estudante ser maior de idade, só devolvemos depois de 48h. Em todos os casos, anotamos todas as características do aparelho", explica.

Além da Unidade Escolar Antônio Freitas, outras escolas tanto particulares como municipais, em José de Freitas, analisam adotar também tal medida. 

Sobre a divulgação de imagens envolvendo cenas de sexo, Francisco Menezes Sobrinho, explica que nenhuma família teria solicitado, até o momento,  acompanhamento do Conselho Tutelar. 

"Tivemos acesso a algumas imagens, porém, em nenhum dos casos as imagens eram nítidas. De toda forma, conversamos com os pais, e a medida adotada dentro da escola tem ajudado muito", finaliza Menezes Sobrinho, do Conselho Tutelar. 

Graciane Sousa 
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