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Dona Mazé: a missão de cuidar e ser mãe do Arcebispo de Teresina

Foto: Arquidiocese de Teresina 

“A gente para ser mãe tem que ser uma missão muito dedicada”. Foi com essa frase que dona Maria José Sousa da Silva, de 82 anos, criou seus sete filhos, entre eles o Arcebispo metropolitano de Teresina, Dom Juarez Sousa, no município de Barras.

Em entrevista ao Cidadeverde.com, para o especial Mães Extraordinárias, dona Mazé, como é mais conhecida, conta como foi sua maternidade no tempo em que os partos eram realizados por parteiras dento de casa e como foi se tornar mãe de Dom Juarez.

Dona Mazé fala que nunca esteve em nenhum médico durante os nove meses de gestação de Dom Juarez, que é seu primeiro filho.

“Naquele tempo a mulher engravidava e como ele era o meu primeiro filho, eu não tinha mãe, quem me dava experiência era minha madrasta e a minha sogra, mas eu passei os nove meses de gravidez e eu nunca fui ao médico. Eu tive ele na minha casa, quem fez meu parto foi uma tia dele que era parteira, graças a Deus foi tudo normal”, conta.

A aposentada conta que também teve muito medo do parto, já que naquela época, os índices de mulheres que morriam durante o nascimento dos filhos eram altos. Dona Mazé desabafa que sua mãe morreu depois de oito dias de ter sua irmã mais nova.

“Não tinha médico não, eram só as experiências do interior, o que não podia quando estava grávida, de não trabalhar em serviço muito pesado e naquele tempo no interior era muito difícil, morria muita mulher de parto e a minha mãe morreu de parto com oito dias do resguardo da última filha dela, nós somos dez irmãos. Haviam três parteiras com ela e eu tinha muito medo. Toda vez que eu engravidava eu chorava muito porque eu só pensava em morrer, eu sofria muito, mas Deus foi tão maravilhoso que eu tive sete filhos, todos normais, só tive na maternidade aqui de Barras o último porque eu já tinha sofrido muito”, desabafa.

Sem a mãe e com o filho recém-nascido, a sogra e a irmã de dona Mazé eram as pessoas que cuidavam dela e de Dom Juarez nas suas primeiras semanas de vida. Em repouso total, Maria José fala que só deu o primeiro banho no Arcebispo de Teresina quando ele tinha um mês de vida.

“Quem cuidava de mim era minha sogra e minha irmã. Tinha a lavadeira das roupas e naquele tempo a gente tinha uma criança e até três dias a gente não amamentava aquela criança, era outra pessoa para amamentar porque diziam que o primeiro leite fazia mal a criança, mas faz é bem e era desse jeito, mas eu aprendi todos os cuidados e ele foi bem cuidado. Naquele tempo, no resguardo no interior, você ficava até uns 15 dias quieta dentro de casa e não fazia nada, minha irmã que ajudava a fazer a comida e eu era só mesmo pra cuidar da criança, amamentar, tinha outra pessoa que banhava, eu só banhei ele depois de um mês e quem dava banho era minha sogra”, explica.

Após descobrir sua vocação, Dom Juarez entrou para um seminário no estado do Paraná, sul do Brasil. Mesmo sabendo que era seu desejo, a mãe conta que chorava de saudade do filho. 

“Ele foi estudar no seminário, já tinha ido para Campo Maior e ele chegou sabendo que ia estudar no Paraná. Eu queria que ele fosse, era o gosto dele, mas eu chorei muito e sempre eu chorava, quando meus meninos saiam de casa eu sempre chorava porque você sabe como é o coração de mãe”, diz. 

Por morar em Barras (a 119 km de Teresina), não é sempre que dona Mazé consegue viajar até a capital e estar com seu filho nas datas comemorativas. Neste ano, ela diz que infelizmente não vai poder estar com Dom Juarez no Dias das Mães porque está se recuperando de uma fratura no braço e por ele também ter sua agenda de compromissos.

“Na maior parte eu vou me encontrar com ele porque no Dia da Mães não dá para ele vir porque ele vai celebrar a missa. Só que ficou mais difícil da gente se encontrar porque eu quebrei meu braço e minha filha está cuidando de mim, nessa data eu não vou encontrar com ele e está difícil da gente se encontrar por causa disso. Mas quando ele pode, ele vem se encontrar comigo e a gente vai para o interior”, relata.

Dona de casa e trabalhadora rural, Maria José reforça que para ser mãe precisa de muita responsabilidade e dedicação. Ela ressalta que sente muita felicidade e orgulho de Dom Juarez e sabe que pode se aconselhar com ele.

“Ele conversa comigo, ele sempre me orienta muitas coisa, quando eu estou muito abalada, ou estressada com alguma coisa ele conversa comigo porque ele é uma pessoa que a gente confias muitas coisas e ele aconselha para o bem”, conta.

Dona Mazé também deixa um recado para todas as outras mães nesta data tão especial.

“É uma grande missão com muita responsabilidade e muita dedicação, ser mãe é assim e eu desejo muita paz e saúde para todas as mães do mundo inteiro e que Deus abençõe todas  nós que somos mães”, finaliza.  

 

Rebeca Lima
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