A possibilidade de prolongamento da estiagem no Piauí faz os órgãos ligados a manutenção de barragens trabalharem com a possibilidade de racionamento de água. A medida será avaliada e proposta ao Governo do Estado, em caso de necessidade. A preocupação não é com o momento atual, mas a chance de se faltar água no futuro com a manutenção da seca.

De acordo com o coordenador do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas no Piauí (Dnocs), José Carvalho Rufino, os reservatórios do Piauí estão com 60% de sua capacidade. O problema é que há possibilidade de que a estiagem persista pelos próximos meses e force o uso controlado de água nas barragens controladas pelo órgão para priorizar o consumo humano. A safra de grãos já foi comprometida em 150 dos 224 municípios piauienses.

José Carvalho Rufino informou à TV Cidade Verde que as barragens importantes do Piauí estão sendo usadas para regularizar o leito dos rios. Ele irá propor ao Govenro do Estado que uma comissão formada pelo Dnocs, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) e Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi) visite os reservatórios mais importantes para avaliar a situação e traçar ações que deem segurança de água reservada futuramente para consumo da população.

No estúdio do Jornal Cidade Verde, o diretor-presidente do Idepi, Elizeu Aguiar, reafirmou que os órgãos já são parceiros e devem trabalhar juntos para minimizar os impactos da seca. Perguntado sobre a possibilidade de racionamento de água, o gestor disse que é preciso estudar o que vai ocorrer entre 2012 e 2013, levantar números e avaliar cada barragem. "Nós não vamos atirar no escuro. Nós vamos estudar cada caso e então tomar uma decisão conjunta".

Elizeu Aguiar disse ainda que as principais barragens já são dotadas de sistema de controle de vazão para os municípios que ficam abaixo de suas construções. Ele acrescentou que existem reservatórios que inclusive sangraram em 2011 e não geram problema, ao contrário de outros que merecem maior atenção com relação à seca.