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Oposição cobra realização de debate para eleição de reitor da UFPI

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No último dia de registro de candidaturas para a reitoria da Universidade Federal do Piauí - UFPI - a chapa UFPI Cidadã criticou a falta de debates a menos de 15 dias para a votação. Kilpatrick Muller, candidato a reitor, e Paulo Cavalcanti, vice, afirmam que até agora não há perspectiva de um confronto de ideias direto entre os três postulantes ao cargo. As chapas serão homologadas no dia 12 e a consulta eleitoral está marcada para 23 de maio.

Fotos: Fábio Lima/Cidadeverde.com
Kilpatrick Muller, candidato a reitor, e Paulo Cavalcanti, vice

De acordo com Kilpatrick Muller, a Associação dos Docentes, Adufpi, já propôs um debate, mas sem se reunir anteriormente para discutir as regras. Em outra oportunidade, o candidato foi convidado pelo Diretório Central dos Estudantes - DCE -, mas teria sido o único a comparecer. A crítica maior é para a falta de debate no próprio calendário eleitoral. De acordo com o professor do departamento de Letras, a própria instituição deveria promover o confronto de propostas em todos os campi da instituição. Ele acrescenta que a celeuma para definição do modelo eleitoral a ser seguido contribui para a situação. "Essa confusão toda não permite que nós tenhamos o mínimo de segurança política para haver debates", diz.

No entanto, Kilpatrick Muller crê que os debates não são realizados em função das denúncias de supostas irregularidades na instituição, que vão desde pagamentos indevidos a nepotismo - negados pela atual administração. Ele aponta representações por ele provocadas a vários órgãos de controle, que geraram investigações do Ministério Público Federal, por exemplo, e pede para a comunidade acadêmica um reconhecimento pelo trabalho de denúncias nos últimos três anos. "O que motiva (a candidatura) é todo o trabalho que nós fizemos até aqui de institucionalização da Universidade", afirma. "Nosso sonho é fazer com que a UFPI se torne uma instituição pública e republicana", acrescenta Paulo Cavalcanti, do departamento de bioquímica e farmacologia. 


Entre as propostas da chapa está tirar da reitoria o poder de determinar a quantidade de vagas de professores, que passariam a ser controladas pelos departamentos com equivalência entre a quantidade de alunos. Outro ponto assinalado é dar mais transparência nos processos de transferência de alunos, bem como a publicidade estrita dos atos administrativos. Além disso, a UFPI Cidadã se propõe a abrir vagas no Conselho Universitário para representantes do Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. O reforço da fiscalização das ações se torna necessário porque, segundo Kilpatrick, "a universidade se afastou de forma agressiva da legalidade" e ainda conta com uma "pseudo-oposição"."Nós não estamos inovando. Há universidades que garantem assento ao MPF. Isso é uma proposta concreta de controle, porque hoje o controle interno dentro da UFPI não existe", endossa. 

O candidato tem um histórico de rivalidade com o atual reitor, Luis dos Santos Júnior. Demitido em maio de 2011 após julgamento pelo período de estágio probatório, ele foi reintegrado meses depois e passou a investigar as contas da instituição. Agora, Muller comemora uma sentença da 3ª Vara Federal, confirmando que sua demissão deveria ter sido anulada. 

Com a campanha focada nas denúncias, apesar da presença de projetos como anemômetro para suprir a necessidade energética do campus de Parnaíba e ideias para captação de água pluvial e a criação de bicicletários e ciclovias - as demais podem ser vistas no site www.ufpicidada.com.br -, a chapa UFPI Cidadã clama pelo debate, uma vez que as acusações atingem boa parte dos que devem votar. Para o grupo, uma intervenção federal na instituição é importante.

Fábio Lima
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