A Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Piauí - Adapi - publicou instrução normativa proibindo a entrada de frutos e mudas de plantas afetadas pelo cancro cítrico, praga que se dissemina lavouras de laranja, limão e tangerina. Com casos recentes no Maranhão e Ceará, o órgão quer preservar as terras piauienses sem ação da bactéria. A venda ambulante de mudas em território piauiense está proibida. 

O documento veta a entrada no Piauí de frutos e mudas de estados ou países onde já foi constatada a presença da praga. Segundo Francisco de Assis Filho, gerente de defesa vegetal da Adapi, os postos de vigilância agropecuária monitoram os carregamentos e só permitem a entrada do que estiver em perfeito estado sanitário, exigingo para comprovação uma série de documentos. 

"Essa praga é a pior da citricultura brasileira. Há uns dois anos ocorreu um foco na cidade de São Luís/MA e este ano em oito cidades no entorno de Fortaleza/CE", disse Francisco de Assis Filho, demonstrando preocupação também com notícias de mudas infectadas em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. 

A preocupação da Adapi é maior do que preservar os 500 hectares de laranja e limão plantados principalmente nos arredores da capital Teresina e ainda nos platôs de Guadalupe. "Uma vez instalada a praga, ninguém mais quer investir em laranja, limão e tangerina no Piauí porque os custos ficam elevados", acrescenta. Com os casos nos vizinhos Ceará e Maranhão, se livre do cancro cítrico, o Piauí poderia ainda atrair plantações para o Estado.