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Colecionadores mostram a memória de Teresina através de peças raras

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A identidade de uma cidade pode ser retratada através das lembranças de seus moradores e de objetos antigos, que ajudam a rememorar histórias e sentimentos. Dona Maria dos Aflitos e seu Paulo Agenor Fiúza colecionam objetos e memórias dos longos anos em que exerceram suas profissões e ajudam a contar a história desses 160 anos da capital piauiense.
 

Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde


Dona Maria dos Aflitos foi enfermeira por mais de 50 anos em Teresina. Ela ainda guarda objetos como um gomil, uma peça usada para fazer a higiene das mãos quando ainda não havia água encanada. Além do gomil, Maria dos Aflitos guarda seringas e agulhas. Ela relata como eram os procedimentos na época em que tudo na Medicina era reaproveitado.
 




"A agulha era de inox, tinha uma expessura grossa e com a fervura a ponta ia perdendo o corte e ficava difícil de aplicar a injeção. Esse processo, na verdade, não esterelizava completamente. O material era guardado em uma caixa de metal. Hoje é tudo descartável, desde a década de 80", contou.


 

Com os avanços tecnológicos, dona Maria dos Aflitos avalia que os procedimentos não são tão seguros como se imaginava.


"Tínhamos um tambor para esterelização de gazes para compressas. Antigamente a gaze era um rolo e a gente ia cortando e fazendo as pequenas compressas. Hoje a gente compra na farmácia um pacotinho já cortado. Tínhamos um vidrinho onde guardávamos soluções para carrinho de curativo, com álcool, éter, álcool iodado. Com a evolução tecnológica, a gente constatou que esse tipo de manuseio de material não era o adequado. Na época também não se tinham os problemas que temos hoje. Todo material de borracha, luvas, sondas, borrachinha para aplicação de soro, tudo era reutilizado", explicou.




Já seu Agenor Fiúza comentou que mantém em seu apartamento uma espécie de museu, onde guarda objetos importantes. "Guardei porque adoro guardar coisas que, no futuro, possam servir à história", comentou.
 



Um dos mais importantes é um discurso de Arimathéa Tito Filho no centenário de Teresina. Ele foi convidado a fazer o discurso na Assembleia Legislativa, na ocasião do centenário, em 1952. "Eu tinha 20 anos e era um dos redatores do jornal A Luta. Arimathéa era diretor do jornal. À medida que ele ia terminando uma página ia me entregando e eu guardei como memória", disse.


Além do discurso e exemplares de jornais antigos, seu Fiúza guarda ainda uma máquina fotográfica com a qual trabalhou durante muitos anos. "Ela só tem um dispositivo para verificar a luminosidade e a distância. Não tem mais nada de bateria, de eletricidade, mas funcionava excelentemente", lembrou.

 
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Da Redação
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