A TV Cidade Verde e o Cidadeverde.com tiveram acesso a partes do laudo pericial criminal realizado pela Polícia Civil do Piauí sobre a morte da estudante Fernanda Lages que ainda não tinha sido revelado. O corpo da universitária foi encontrado nas obras da nova sede do Ministério Público Federal em Teresina.
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O laudo, produzido pelos peritos criminais Carlos Frederico da Silva Belfort de Carvalho e Raimundo Jorge de Andrade Júnior, relata todo o trajeto da estudante desde o momento da entrada, pelas obras do TRT/PI, até o momento em que a jovem caiu do prédio do MPF.
O documento retrata uma reprodução simulada de “fatos e circunstâncias relacionados a morte violenta”. O estudo foi encomendado pela Cico, responsável pelas investigações do caso, no dia 18 de outubro de 2011.
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A Polícia Civil do Piauí apresentou o resultado das investigações sobre a morte de Fernanda Lages de forma incompleta no dia 25 de outubro sem a presença deste laudo nos autos do processo. A justificativa é que o estudo não havia sido concluído até a data da divulgação.
Na página 19, foi apresentada reprodução do prédio que tem 29 metros e 30 centímetros de altura. O corpo da jovem percorreu distancia de 4 metros e 20 centímetros do local em que se desprendeu do edifício até o contato com o chão.
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Essa queda é apresentada por este laudo, e por outros, com a responsável pela morte da estudante de Direito no dia 25 de agosto de 2011. O caso da morte passou a ser investigado pela Polícia Federal do Piauí em dezembro de 2011, por determinação judicial.
A expectativa é que os laudos produzidos pela PF sejam apresentados logo após o feriado de 07 de setembro de 2012. Cópias do presente laudo foram entregues para a Polícia Federal e para o Ministério Público Estadual.
Conclusões
O laudo justifica que realizou diversas simulações de como o corpo poderia ter sido alçado do prédio. “... analisando-se ainda as diversas possibilidades de se ter produzido a precipitação da vítima, não fora possível determinar qual das possibilidades experimentadas teria ocorrido no evento em estudo, sejam elas auto infligidas ou provocadas por terceiros”, cita o documento.
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“É importante ressaltar, no entanto, que, diante das possibilidades aventadas, fora possível excluir as hipóteses de queda acidental e de a vítima, estando desacorda ou não, ter sido lançada, por cima da murta, por um homem de compleição física regular ou, ainda, ter sido, lançada por uma ou mais pessoas, estando a vítima consciente”, revela a conclusão do laudo.
Ubiraci Rocha se pronuncia
“Eu desconheço esse resultado. Só conheço o documento que foi apresentado no dia 25 de outubro. Depois disso, a responsabilidade sobre o assunto é da Polícia Federal. Vamos esperar o resultado da PF para nos pronunciarmos publicamente”, comenta.
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O promotor também esclareceu que o novo pedido de prorrogação para divulgar o resultado do inquérito não foi solicitado pelo Ministério Público Estadual e confirmou que existiram sim pedidos de novas diligências.
“O Ministério Público não pede prazo. Quem pede é a polícia e o MPE concede prazo. O que pedimos à PF é que fossem efetivadas algumas diligências. Não sei dizer se elas foram concluídas. Depois que os policiais federais voltarem ao Piauí é que vai nos dizer”, disse.
Perito Antônio Lunardi e o caso
O Ministério Público Estadual solicitou que o assessor do Ministério Público de Brasília, Antônio Lunardi, acompanhasse o caso e contribuísse de forma a elucidar os mistérios que estão conectados com a morte de Fernanda Lages.
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“Temos tido contato permanente com o Antônio Lunarde. Ele não conhece os laudos da PF do Piauí, mas depois que forem anunciados, ele terá todo o conhecimento. É ai é que nos vamos nos pronunciar”, explica Ubiraci Rocha.
Perito da Polícia Civil do Piauí defende o órgão
“A polícia científica do Piauí existe desde 1970. Com nossos laudos, muita gente foi inocentada ou culpada. Se o nosso trabalho não tivesse credibilidade, nem seria necessário ter uma polícia científica no Estado, mas ela existe e é eficiente”, defende o engenheiro José Luis de Sousa Filho, perito há 30 anos.
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Ele acredita ainda que os laudos da Polícia Federal do Piauí apresentaram resultado próximo ao da Polícia Civil do Estado. “Essa será uma oportunidade da população e das autoridades que falaram mal da Civil se redimirem”, explica.
Lívio Galeno