Após a polêmica poesia que faz alusão à morte da estudante Fernanda Lages, publicada pelo promotor Eliardo Cabral em seu Facebook, o Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi) pediu o afastamento dos dois promotores que acompanham o caso.
Poesia faz alusão à morte de Fernanda, parafraseando a música "Cajuína" de Caetano Veloso
A poesia fala em "propina", em "assassinos gente fina" e diz que "o resultado é fedentina". Para o presidente do sindicato, Cristiano Ribeiro, a produção trata-se de um ataque disfarçado à Polícia Civil, primeira a investigar a morte da jovem.
"Fazer uma poesia em cima de algo tão drástico é de muito mau gosto. Lamentamos tal postura e entendemos que os dois promotores [Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral] não têm mais condições de permanecerem ou se pronunciarem nesse caso", explicou o sindicalista.
Eliardo Cabral negou que tenha escrito a poesia com o objetivo de atacar os policiais e garantiu que não sairá do caso sem motivo concreto.
"Quando eles falaram que a Fernanda estava passeando para lá e para cá na mureta e caiu por descuido, eles estão me dando o direito de ironizar. Só posso é ironizar, porque essa é uma brincadeira de muito mau gosto e eu não vou ceder. Trata-se de um homicídio", reagiu o promotor.
Para Eliardo, a conclusão do inquérito da Polícia Federal, que é esperada para depois do feriado de 7 de setembro, não significa o fim das investigações sobre a morte da universitária.
"Não estamos vislumbrando um ponto final. Esse caso ainda vai mais distante. O inquérito da PF pode ser o princípio de um novo trabalho", disse o promotor, negando que após a conclusão das investigações da PF o caso vá voltar para a Polícia Civil.
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Jordana Cury