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Tia de Fernanda Lages quer Anistia Internacional para derrubar suicídio

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A tia da estudante Fernanda Lages, encontrada morta no dia 25 de agosto de 2011 nas obras da nova sede do MPF em Teresina, Cassandra Lages, garantiu que a família não aceitará tese de que a jovem tenha cometido suicídio. Caso seja preciso, os parentes irão acionar a Anistia Internacional na busca da conclusão e esclarecimento do caso.

Fotos: Evelin Santos/Cidadeverde.com

Cassandra Lages e o advogado da família, Lucas Villa, participaram do Jornal do Piauí desta terça-feira (04), e também comentaram a expectativa para o fim do prazo dado à Polícia Federal no Estado para que conclua o inquérito sobre a morte da jovem universitária.

“Estamos aguardando. A conversa que tivemos com a PF é que quando tivesse tudo concluído seriamos os primeiros a serem informados. Na terça passada, recebemos o resultado de alguns laudos. Mas até agora nada. Só explicaram os laudos ponto por ponto”, disse Cassandra.


A previsão é que a Polícia Federa apresente a conclusão do inquérito nos próximos dias, após o feriado de 7 de setembro. Informações preliminares dão conta de uma investigação com aproximadamente quatro mil página. 

“Sempre disseram que o local em que foi encontrado o corpo dela não foi preservado. Mas a gente acredita que ela não se matou. Não tem a menor condição desse caso ser explicado como suicídio. Mas vou esperar baterem o martelo para me pronunciar”, explica a tia.

Cassandra Lages se baseia na convivência com a sobrinha e alerta que até hoje, nunca foi traçado ou solicitado a realização de um laudo psicológico de Fernanda Lages. E que esse será um dos próximos passos da família após a conclusão do prazo do inquérito.


“Caso digam que foi suicídio, eu vou atrás de outros meios. Não quero brigar com ninguém, mas to cansada de ver processos assim que no fim das contas era homicídio. Já tive contato por e-mail até com Anistia Internacional. Eu vou atrás”, garante Cassandra Lages. 

Sobre acusações e nomes de “culpados”
“Quando surgiu a história de tráfico de mulheres, de propina e chantagens, nos nunca acreditamos que isso seria possível. Sempre foi uma preocupação nossa. Nunca quisemos acusar ninguém. Só queremos saber o que aconteceu lá”, conta a tia da estudante.

Remédio e tese de surto psicótico
“Ela usava remédio para enxaqueca, mas o exame toxicológico comprovou que ela não consumia aquele medicamento naquele momento. Também estão querendo insinuar que ela teve um surto psicótico e tão querendo dizer que isso foi responsável pela morte”, disse.


Opinião do advogado
Lucas Villa acompanhou Cassandra Lages durante a entrevista. Ele garante está ansioso para se debruçar no relatório da Polícia Federal e falou que não reforça “teorias de conspiração” sobre a morte. Ele também criticou o que chamou de “vilanização” da família e da jovem.

“Na realidade, em todas as conversas com a polícia, nunca foi afastada totalmente a tese de homicídio. Mas estão tentando ‘vilanizar’ a família e a Fernanda pra explicar o que houve com ela. As perícias foram bem feitas, mas deixam algumas dúvidas”, disse.

O advogado revelou que acredita que a jovem tenha entrado nas obras com alguém confiança e a morte pode ter sido causada em uma situação passional, culminando com a projeção de Fernanda do alto do prédio. 


“A grande dificuldade das polícias é colocar outra pessoa no local do homicídio. A informação que tenho é que duas pessoas foram colocadas lá em cima: uma pessoa que trabalhava na obra e outra ainda desconhecida”, explica.

Lucas Villa criticou ainda que os laudos do local onde o corpo foi encontrado não pode ser a prova mais relevante no processo. “O próprio laudo da Civil considera o local inidôneo, sem condições de preservação, fazer uma conclusão com base num local inidôneo é muito arriscado”, opina.


Lívio Galeno
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