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Psiquiatra avalia chances de Fernanda ter cometido suicídio

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Na semana em que a Polícia Federal promete divulgar o relatório final sobre o caso Fernanda Lages, o psiquiatra Assis Rocha comentou hoje (10), em entrevista ao Jornal do Piauí, a possibilidade da estudante ter cometido suicídio, tese levantada pela Polícia Civil.


Assis analisou o comportamento de uma pessoa propensa a cometer autoeliminação e comparou com as informações divulgadas após a morte de Fernanda.


Segundo o psiquiatra, o suicida possui três características que costuma manifestar ao longo da vida: são pessoas ambivalentes (coexistência de desejo de morrer e viver), são impulsivas e apresentam rigidez.


"Em geral, estão diante de um problema e acreditam que esse problema é interminável e não vai suportar, não tem saída a não ser o suicídio. Diante dessas características, o suicida deixa algumas mensagens, muitas vezes só entendidas depois do ato. A pessoa posta uma mensagem na internet, o pai que sai com o filho para comprar roupas para deixá-lo agasalhado, abraça o filho e a noite comete o ato", explica.


Cerca de 90% dos suicidas sofre de algum transtorno mental (depressão, esquisofrenia, uso de drogas, transtorno de personalidade).


Além disso, o uso de drogas e álcool é fator desencadeador da depressão. Segundo depoimentos de amigos de Fernanda, ela gostava de sair, de beber e se divertir. Nenhum vestígio de droga foi encontrado no organismo da jovem, segundo relatório.


O médico ressaltou que o local onde o corpo foi encontrado revela uma circunstância estranha para a possibilidade de suicídio. Segundo ele, o suicida procura locais conhecidos, a própria casa, ou locais onde chame a atenção.


"É um grande enigma. Ela vinha no trânsito. Tem pessoas que querem ter um suicídio espetacular ou espetaculoso. Havia outros locais. Um prédio em construção, de madrugada... Provavelmente seria ao chegar em casa. A não ser que ela já conhecesse previamente o prédio e aí sim. Estamos supondo porque é muito atípico parar de madrugada num prédio em construção para se suicidar. Ela poderia estar caminhando no parapeito e ter escorregado. Mas isso é acidente", avalia o psiquiatra.


Leilane Nunes
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