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Paulo Lages desabafa após resultado: "Existem muitos bandidos na polícia"

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Atualizada às 14h30

Paulo Lages declarou, durante entrevista por telefone ao jornal do Piauí, que a família Lages continua acreditando que Fernanda foi assassinada. Em tom de desabafo, ele afirmou que a Polícia Federal não quis "desmoralizar" a Polícia Civil.


“A Polícia Federal não quis desmoralizar a Polícia Civil. Dentro da polícia existem muitos bandidos (...). A família continua com a tese do homicídio (...). Nosso sentimento é o pior possível de injustiça e decepção”, ressaltou Paulo Lages.
 
A família irá se reunir com o advogado Lucas Villa para saber quais caminhos trilhar a partir de agora. “Acreditamos que amanhã a família possa fazer uma coletiva para expor nossa opinião, mas antes iremos nos reunir com nosso advogado”, disse o pai da jovem.
 
Paulo Lages relatou que preferiu não acompanhar a coletiva. “Particularmente não assisti a coletiva, mas algumas pessoas da família fizeram anotações que serão discutidas com nosso advogado Lucas Villa”, informou.

O pai de Fernanda comentou ainda algumas dúvidas que resistiram às explicações da PF. "Eles não apresentaram de quem era o DNA encontrado na construção; o vigia declarou a polícia as características da pessoa que estaria com ela e agora ela entrou sozinha; e a cocaína encontrada no banco traseiro do carro, pois os exames provaram que ela não usou drogas”, questionou Paulo Lages.
 
Família de Fernanda não aceita resultado: "Ainda há contradições"

A família da estudante Fernanda Lages não se conforma com o resultado divulgado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (20), de que a jovem tenha se suicidado ou caído acidentalmente da obra do prédio do Ministério Público Federal, em agosto do ano passado. A tia da jovem, Cassandra Lages afirmou que apesar de não ter se surpreendido com o resultado da PF, sustenta que a hipótese sugerida não é suficiente para elucidar o caso. 

Foto: Jordana Cury / Cidadeverde.com

“Tenho consciência de que inúmeros pontos estão mais claros do que nunca: Fernanda não se suicidou nem foi queda acidental. Não nos surpreendemos com o resultado, mas podemos dizer que se ligarmos os pontos, vamos perceber que há contradições”, afirma. 

Fotos: Helder Sousa
Família reunida acompanhando a coletiva

A tia acrescentou que não foi chamada pela Polícia Federal antes da divulgação e, para ela, não há como dizer que a PF não sofreu influência. 


“O que eu sei é que não existe crime perfeito, existe crime mal investigado ou que não tenha a devida preservação. Por várias vezes a PF reclamou para mil que o local estava contaminado”, acrescenta. 

Cassandra reafirma que Fernanda era uma pessoa divertida, mantinha contato diário com a família e não tinha sinal algum de depressão. “Quem estava triste, ficava feliz ao lado da Fernanda. Ela tinha bom relacionamento com todos os que conheço”, decreta. 



O advogado da família, Lucas Villa afirmou que permaneceu o inconformismo e que irá sentar com a família sobre o resultado e divulgar suas impressões e os próximos passos em entrevista coletiva amanhã pela manhã. 


“Não vou levantar falso testemunho, mas muitos álibis terão de ser esclarecidos. Temos que saber quem é o homem que entrou com Fernanda no prédio antes da morte (em um dia diferente da morte). Outra questão em aberto é a posição em que ela pula: 90% dos suicidas pulam de cabeça para cima, não em posição de mergulho. O remédio não deveria sequer ser levado em consideração porque o exame toxicológico não apontou nenhuma substância química diferente do álcool no sangue de Fernanda”, aponta. 

Para o advogado o vigia Domingos ainda tem que explicar porque permitiu a entrada de outras pessoas no local. 
Redação Carlos Lustosa Filho
Atualização de Jordana Cury e Geísa Chaves (Especial para o Cidadeverde.com)
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