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Eliardo diz que Robert Rios sabe quem matou Fernanda Lages

Os promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral receberam na manhã desta terça (25) o inquérito da Polícia Federal sobre o Caso Fernanda Lages. Em entrevista ao Jornal do Piauí, Eliardo Cabral avalia que havia uma "espécie de torcida, de vibração, para se chegar a esse resultado de suicídio" e acusa o secretário de Segurança, Robert Rios, de saber quem é a pessoa que o Ministério Público acusa de participação na morte da estudante.





Ubiraci e Eliardo não indicaram quando se pronunciarão sobre o inquérito, já que são 21 volumes e mais de 5 mil páginas. Segundo Ubiraci, eles levarão meses para analisar todos os pontos para, só depois, solicitar novas diligências.


"Estamos dividindo nossos trabalhos do Tribunal Popular do Júri e a Comissão Eleitoral. Pelo volume que tem esse inquérito e pela quantidade de tarefas passaremos talvez meses para analisar esse inquérito. O material é muito extenso e o tempo que nós temos para leitura é tempo de minutos. Temos que equacionar o tempo para fazermos uma análise minuciosa desse material", disse Ubiraci.


Robert Rios


Perguntado sobre as críticas do secretário Robert Rios à acusação do promotor em relação ao paradeiro do suspeito apontado por ele, Eliardo disse que o secretário saberia de quem se trata e poderia localizá-lo. Robert teria dito que mandaria um ônibus para a Bahia para investigar todas as pessoas que calçam 42, o tamanho do pé descrito como sendo do homem que estaria na companhia de Fernanda na obra do MPF.





"Estamos bastante ocupados e não temos tempo a nos deter. Eu quero dizer que não precisa mandar ônibus não. Basta um telefonema e diga para o rapaz voltar que ele volta para se entregar. Ele [Robert Rios] pode dar o telefonema porque ele sabe quem é", afirmou.


Atuação do MPE


Diante das críticas e do pronunciamento do presidente da OAB, Sigifrói Moreno Filho, solicitando que o promotor Eliardo Cabral indique o nome do suspeito, ele declarou que não irá responder ao ofício e que o MPE trabalha de forma independente.


"Preciso dizer que o doutor Sigifrói merece todo nosso respeito. Ele tem recebido todo o apreço e não questiono a atuação dele. Mas temos independência profissional e nem o procurador geral poderia dizer para trabalharmos deste ou daquele modo", respondeu.


Análise do inquérito


Os promotores afirmaram que irão analisar o inquérito e as perícias realizadas pela PF com o auxílio do perito Antonio Lunardi, o mesmo que fez a análise inicial dos dados informados no inquérito da Polícia Civil.





Intimidação


Eliardo comentou ainda que não teme nenhuma ação judicial contra os promotores. Segundo ele, as ações querem intimidar o Ministério Público e classificou como desrespeito ao trabalho que vem "batendo" numa "máfia organizada".


"Não temo de maneira nenhuma porque isso salta aos olhos que existe mesmo uma manifestação desses homens de usar o Poder Judiciário para intimidar os promotores, que jamais se intimidarão. Isso é mesmo uma afronta, um desrespeito e eles estão agredindo é promotor de justiça, não é moleque não. Há uma tentativa descarada de intimidar promotores que estão batendo nessa indisfarçável máfia bem organizada", disse.


Leilane Nunes
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