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Novo vídeo de brasileiro morto na Austrália

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O estudante Roberto Laudisio Curti recebeu disparos de armas de choque (tasers) quando já estava no chão, algemado e cercado por pelo menos cinco policiais. Nesta terça-feira (09) foi realizado o segundo dia de audiência do inquérito que deve determinar as causas da morte do brasileiro. Na sessão, o policial Eric Lim disse que precisava disparar novamente o taser porque Laudisio estaria tentando escapar. 

"Os policiais estavam perdendo o controle sobre ele e achei que o uso da arma era necessário. Depois do segundo disparo, ele se acalmou e isso permitiu que os oficiais pudessem controlá-lo", argumentou. Laudisio já havia escapado de duas abordagens policiais durante a perseguição.

Emocionada, Ana Luisa Laudisio saiu da sala de audiências durante o depoimento do policial. Ela e a irmã, Maria Fernanda, também deixaram o local durante a exibição das imagens, gravadas pela câmera do taser, que mostram a agonia do estudante nos seus últimos minutos de vida. O vídeo foi liberado nesta terça-feira pela Corte, com autorização da família. 

"Essa imagem é muito triste para nós, mas acreditamos que é importante que as pessoas vejam os últimos momentos do Beto e como ele foi tratado pela polícia. Só com transparência e honestidade, vamos chegar à verdade sobre o que aconteceu, porque e quem é o responsável", diz uma nota oficial da família.

Laudisio já havia recebido outros disparos de taser, que não teriam tido efeito, antes de cair na calçada. Três latas de spray de pimenta também foram parcialmente utilizadas pela polícia sob o argumento de controlar o brasileiro. Lim afirmou que faria tudo de novo se soubesse que Laudisio havia furtado dois pacotes de biscoitos. "Roubo é uma ofensa séria e precisávamos pará-lo. Eu teria agido igual, de acordo com nosso treinamento", declarou.

Além das causas da morte, que não foram determinadas pela autópsia, os procedimentos policiais estão sendo investigados nesse inquérito. De acordo com a lei australiana, a magistrada Mary Jerram pode recomendar mudanças nas normas que regem a polícia do Estado de New South Wales. Durante grande parte da perseguição policial, o supervisor interno da Delegacia Central de Polícia, Craig Partridge, se referiu aos acontecimentos da loja de conveniências como "assalto a mão armada". 


A informação já havia sido desmentida por outros policiais que atendiam a ocorrência. No depoimento, ele admitiu que estava cansado depois de um turno de 12 horas. "Não prestei toda atenção (às transmissões de rádio) porque o caso estava sob jurisdição de outra delegacia. Além disso, já era troca de turno e eu estava repassando as informações para o colega que assumia", afirmou.

Três outras testemunhas também prestaram depoimento no segundo dia de inquérito. Wendy Price, que estava hospedada em um hotel na região central da cidade, confirmou que Laudisio havia recebido outros disparos de taser. "Ele reagiu se retorcendo e lutando até conseguir escapar. O som (emitido por Laudisio) parecia o de um animal selvagem gritando", falou.

Tommy Wang, que assistiu à abordagem final da polícia ao brasileiro, acrescentou que a policial Annalese Ryan chutou Laudisio quando ele já estava no chão, cercado por um grupo de oficiais. Ele também disse que ouviu pelo menos outros três disparos de taser. "Penso que a ação da polícia não foi apropriada, porque já havia seis homens tentando segurar alguém que não tinha nenhuma maneira de fugir", concluiu. Jialong Wu acompanhou os últimos momentos de vida do brasileiro. "Os policiais mandavam ele não se mover. Depois dos três disparos, ele nunca mais levantou", disse. Quando teve seu corpo virado para cima, Laudisio havia vomitado e já não respirava mais.


Fonte: Jornaldobrasil
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