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Acaba rebelião na Custódia; governo tenta transferir líder do PCC

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Atualizada às 13h

Após quase 20 horas, a Polícia Militar conseguiu conter os ânimos dos detentos na Casa de Custódia Ribamar Leite, no quilômetro 7 da BR-316, na zona Sul de Teresina, ao fechar negociação com os líderes do motim, José Ivaldo Celestino dos Santos, número 2 do PCC do Nordeste e Fábio Rener, que segundo informações da polícia cometeu crimes em todos os estados da federação. 


Segundo o secretário estadual de Justiça, Henrique Rebelo, os ânimos estão mais calmos e os detentos estão cumprindo com o que foi acordado. “Nós asseguramos que vai ocorrer um mutirão na próxima segunda-feira e vai haver transferências de presos, inclusive para os que são fora do Estado e eles concordaram a retornar para suas celas”, destacou. 


Rebelo disse ainda que já existe uma equipe liderada pelo juiz de Execuções Penais, José Vidal de Freitas, o corregedor da Justiça, desembargador Francisco Paes Landim e o promotor Elói Pereira de Sousa e advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

O secretário agradeceu a atuação das unidades da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros durante toda a ação dentro do presídio. “É uma situação bastante complexa porque são 830 presos, mas não tivemos nenhum óbito, apenas dois feridos que não quiseram ir ao hospital”, declarou. 


Ele reforçou que a Secretaria de Justiça tem tentado a transferência de Celestino para Penitenciária Federal de Mossoró, estão recusando, mas continuam tentando. 

Alimentação

A respeito da reclamação dos presos de que estão recebendo quentinhas apenas com arroz branco e sardinha, o secretário negou a informação, dizendo que toda a alimentação passa por controle de nutricionistas e é fiscalizada pela Vigilância Sanitária. 


“Obedecemos a um rigoroso controle de qualidade que verifica a quantidade de nutrientes e alimentos. A nossa comida é boa! Precisamos lembrar que não somos um hotel e sim um presídio”, destacou Henrique Rebelo. 

Atualizada às 11h22

A rebelião na Casa de Custódia, iniciada ontem(17), é comandada por um preso do PCC de São Paulo. Batizado de líder, o preso – que não teve o nome divulgado para não atrapalhar as negociações – é quem está negociando com as autoridades. Mais de 800 presos estão rebelados e o presídio virou praça de guerra. Mais de 100 homens da Tropa de Choque, Gate, Rone e cavalaria tentam conter o motim.


O promotor de execuções penais, Elói Pereira de Sousa Júnior, informou que a Secretaria de Justiça solicitou a transferência do preso que é o líder da rebelião. No entanto, a justiça federal de Mossoró-RN negou o pedido. Novamente, o governo do Estado tenta a transferência do líder para um presídio federal em São Paulo.


“Como não foi autorizada à transferência, a Secretaria tenta a mudança do preso para São Paulo”, informou o promotor. Ele disse que o clima ontem era de guerra, mas hoje está mais tranquilizado. “Como houve a destruição dos pavilhões, os presos se concentram no pavilhão “C”, onde a situação é de risco”, informou Elói Sousa.

Os presos reclamam da superlotação da Casa de Custódia e se recusaram a receber os 50 presos de Esperantina. Eles pedem a agilidade no julgamento dos processos dos presos provisórios. “Com o julgamento ou os presos serão absolvidos ou vão responder em presídio semi-aberto”, disse o promotor.


A rebelião

Após o início da rebelião que começou ainda na tarde de ontem, a situação foi controlada na madrugada, mas por volta das 8h30 de hoje, novos conflitos iniciaram. Os presos quebraram grades e paredes e conseguiram chegar ao parlatório onde recebiam visitas. Eles estariam jogando pedras e os policiais revidando com tiros de balas de borracha. 


Familiares dos detentos estão na porta do Casa de Custódia aflitos por notícias de seus parentes. 


A todo momento chegam reforços das unidades da Polícia Militar. Até a Cavalaria está no local e os militares cercam o presídio. 

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