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Líderes de motim na Casa de Custódia são levados para fora do Piauí

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Atualizada às 11h33
A Secretaria Estadual de Justiça confirmou a transferência de presos que participaram das rebeliões na Casa de Custódia que aconteceram na quarta e na quinta-feira (17 e 18). O diretor de presídios da Sejus, Ancelmo Portela, informou ao CidadeVerde.com que os líderes do levante foram levados para fora do Estado há dois dias.  


“Não podemos dar maiores detalhes sobre a quantidade de transferidos ou para onde eles foram por conta da segurança”, limitou-se a dizer. Ele acrescenta que as celas que foram danificadas estão sendo reconstruídas e devem estar prontas para receber novamente os presos - que, segundo ele, foram alojados em outras celas - na próxima terça-feira. 


Capitão Ancelmo

Já o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Servidores Administrativos das Secretarias de Justiça (Sinpoljuspi), Vilobaldo Carvalho, diz que ainda há presos fora das celas e diz que é preciso maior ação por parte do Estado. 


Vilobaldo Carvalho

"Havíamos entregado um relatório na terça-feira, uma semana antes disso tudo acontecer, sobre as péssimas condições da Casa de Custódia e solicitado, inclusive, que não fossem mais mandados presos para lá. Só o mutirão para avaliar os presos não adianta, porque eles vão voltar a cometer crimes e serem detidos novamente. É preciso que as obras dos novos pavilhões sejam concluídas e contratar mais agentes", defende. 

O caso
A rebelião na Casa de Custódia começou após a transferência de 40 presos do presídio de Esperantina que haviam se rebelado na terça-feira (16), além da chegada de mais 15 detentos que estavam em delegacias de Teresina. 

O motim teria sido encabeçado pelo número dois do PCC no Nordeste, José Ivaldo Celestino dos Santos, e por um outro homem identificado como Fábio Rener, que estavam reclusos na Custódia. O motivo da rebelião seria a superlotação da prisão que deveria funcionar como local para presos provisórios. Segundo o sindicato dos agentes penitenciários Sinpoljuspi, a capacidade do presídio é de 330 presos, entretanto já havia 790 e mais 55 chegaram, dando início à revolta. 


Buraco feito pelos detentos

A primeira rebelião aconteceu às 17h da terça-feira e foi controlado pela Polícia Militar durante a noite. Um novo ato aconteceu por volta das 6h de quarta-feira sendo intensificado durante a manhã. O prédio sofreu incêndio, teve várias grades arrancadas e paredes quebradas. O levante só foi controlado após o secretário Henrique Rebelo conversar pessoalmente com os líderes do motim. 


Secretário Henrique Rebelo

Ficou acertado, entre outros pontos, que a Sejus iria promover um mutirão para avaliar a situação dos presos provisórios e a transferência dos detentos para cidades de origem. Ao todo, a secretaria confirmou dois feridos graves que foram atendidos em hospitais da capital.

O desembargador Francisco Antônio Paes Landim Filho, corregedor-geral de Justiça do Piauí, determinou prazo de 100 dias úteis para que todos os processos de presos provisórios sejam julgados. A decisão surge depois da semana tensa nas unidades prisionais do Estado, com rebeliões em Teresina e Esperantina, onde ocorreram duas mortes. 

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Carlos Lustosa Filho
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