Na retomada do Complexo do Alemão, em 2010, Diego Santos se entregou à polícia, após 12 anos no tráfico. Saiu da favela usando uma camiseta da grife Reserva - “original”, faz questão de frisar – e seguiu para Bangu I, onde cumpriu pena de nove meses. De lá, saiu para trabalhar com o AfroReggae, e agora foi convidado pela Reserva para a campanha do selo AR, uma parceria da marca com a ONG. Seis produtos foram criados, como camiseta e casaco, e terão a renda revertida para os projetos do AfroReggae. Diego foi fotografado por JR Duran no Alemão.
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“Meu sonho é ser modelo”, contou ele, que foi divulgar a campanha no Fashion Rio, nesta quarta-feira, 7. “O Duran me perguntou se eu já era modelo, porque eu já saí galã na foto”.
Diego, 27 anos, assistiu ao desfile de Alexandre Herchcovitch e de Lino Vilaventura na São Paulo Fashion Week, há cerca de uma semana. “Pensei: ‘ano que vem estarei ali’”. Achou as modelos magras demais. “Até agora não vi nenhuma que eu gostasse”, comentou.
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Fã da novela “Salve Jorge”, que tem um núcleo no Alemão, ele é fã da beleza de Cleo Pires. Casado há seis anos com a mãe de um de seus dois filhos, diz que gosta de malhar e que sempre curtiu moda. “A vida toda gostei de me arrumar, de estar bem-vestido”. A tal camiseta da Reserva, contou ele, está exposta na igreja evangélica frequentada pelo irmão, como símbolo de recuperação.
Hoje, o trabalho como produtor rende um salário mínimo por mês e carteira assinada. “Nos tempos do tráfico, tirava uns cinco mil por semana”, lembrou. “Ganhava bem, mas não tinha nem como gastar. Se eu soubesse que a vida poderia ser tão boa assim, nunca teria entrado para o crime”, disse ele, que deixou o Complexo do Alemão e agora vive em Santa Teresa, bairro da Zona Sul do Rio.
Fonte: Ego